Por Fernando Abelha
O ano de 2022 caminha ao final, sem qualquer solução do angustiante desamparo e odiosa malquerença em que se encontram os bravos ferroviários da extinta RFFSA, com seus salários congelados e que já registram perdas acima dos 60%. Todos envelhecidos, após mais de meio século de trabalho nas pelejas do cotidiano das ferrovias. Registre-se que desde o Brasil Império gerações de ferroviários se fazem presentes a transportar os frutos da produção agrária, do café ao açúcar da cana, além das comodities de minérios e grãos para exportação. Contribui, assim, ao equilíbrio do nosso balanço de pagamentos.
Coisas passadas…
Todos sabemos que é cultura dos nossos governantes o desprezo pelo pretérito, talvez para camuflar os registros históricos dos possíveis desmandos praticados quando no governo. Haja vista a precariedade da Estação Barão de Mauá, edificada no Bairro Imperial de São Cristóvão, na principal via rodoviária de entrada no Município do Rio de Janeiro, sede administrativa da Estrada de Ferro Leopoldina, estação terminal da primeira ferrovia do Brasil, que hoje envergonha aos brasileiros do bem que por ali passam e se deparam com o descaso flagrante, dos homens públicos que desprezam a memória ferroviária. Um País sem memória perde sua identidade.
Fazer o que?
A Rede Ferroviária Federal foi covarde e apressadamente detonada pelos governos de Fernando Henrique Cardoso, em sequencia Lula e Dilma, premiando os seus empregados com total desamparo, aos olhos fechados dos que deveriam defender a categoria, de vez que dispunham de poder a semelhança do saudoso líder ferroviário Demistoclides Batista, o Batistinha. Os trens ainda circulavam.
Bravos ferroviários abandonados e que passam hoje necessidades, aos olhos passivos, ainda, de alguns órgãos de classe que se fazem ausentes, com ouvidos moucos, em lutar lado a lado, em momentos nunca esperados por toda existência da categoria, com a perda, a cada ano, do poder aquisitivo. O presidente Jair Bolsonaro, em seus quatro anos de mandato na Presidência da República, certamente, acatando orientação do ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém a categoria em dieta zero, ignorando, perversamente, os reajustes anuais pela inflação, conforme preconiza a Constituição Federal e as Leis que extinguiram a RFFSA. A situação é calamitosa para milhares de trabalhadores da RFFSA, sendo que aqueles mais humildes hoje passam necessidades, com parcos recursos para alimentação e medicamentos.
Registra-se que 18 níveis da Escala Básica de Cargos e Salários da extinta RFFSA estão percebendo o salário mínimo. São milhares de empregados de estações, oficinas, via permanente, tráfego e administração que empobreceram com o passar dos anos sem reajustes salariais. Nesta toada, em breve, também, os maiores salários dos cargos de confiança e de níveis superior, na melhor hipótese, estarão a perceber o piso do INSS. Triste fim…
O que esperar…
Este blog com mais de 70 mil visualizações mensais é contemplado com dezenas de comentários e e-mails de leitores, certamente, ferroviários aposentados, pensionistas, seus filhos e netos. Em suas mensagens traduzem a desesperança que lhes aflige. Muitos, preconizam a mudança no governo federal, quando tudo se resolverá. Outros, fazem fé na recondução do atual governo. Lembram que o candidato a vice-presidente da república, general Braga Neto, filho de competente e querido médico ferroviário já falecido, que serviu em Minas Gerais – Divinópolis e Belo Horizonte – irá interceder na defesa da normalização dos salários da categoria. Assim esperamos!…
Outras ações:
Este veículo de comunicação republicou em 27 de setembro último, matéria difundida no site da Associação dos Aposentados da Rede Ferroviária Federal – AARFFSA, pela qual prestava contas dos primeiros meses de gestão da nova diretoria, atitude diferenciada dos demais órgãos de classe, e sugeria votos ao candidato a Deputado Federal Atineu Cortes, do PL.
Ele foi eleito com mais de 160 mil votos o que, certamente, poderá ser um facilitador em Brasília nos indispensáveis contatos da diretoria da AARFFSA junto aos gestores do Poder Executivo, o que já vem ocorrendo, além de representar importante influência junto ao Presidente da República Jair Bolsonaro, do mesmo partido político, se reconduzido ao governo no pleito do segundo turno, que se avizinha. Deixemos por conta da AARFFSA essa missão de obter o apoio do deputado Atineu Cortes que, certamente contou com alguns ou muitos votos, de ferroviários ativos, pensionistas e seus dependentes.
Caso nada se concretize por qualquer dos governantes que vier a ser eleito, à solução do miserável impasse, somente nos resta, de imediato, entramos na Justiça, conforme aponta insistentemente e indica o caminho, o jurista e ferroviário Alcir Alves de Souza, em lide a ser conduzida pela Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários – FNTF, que detém a nível nacional, a legitimidade da ação, hoje, infelizmente, sem o patrono e líder ferroviário Hélio Regado, ministro aposentado do Superior Tribunal do Trabalho, que transferiu a presidência da FNTF aos ferroviários de São Paulo.
não adianta ficarem reclamando o tempo esta passando ja estamos no fim do ano não sei porque não vão a justiça logo não adianta esperar bondades deste governo vamos para a justiça logo antes que o ano acabe e fiquemos sem reajuste
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Infelizmente fomos sempre representados por verdadeiros traidores, salvo pouquíssimas exceções! Sempre se beneficiando dos cargos de sindicatos e federações fazendo acordo em detrimento dos interesses dos ferroviário! Se a classe não fizer manifestações nacionais junto com seus familiares, usando principalmente as redes sociais, Facebook, Whatsapp, Tuiter, email, e outros, não atingiremos nossos objetivos.
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Amiúde me deparo com críticas á governos passados, em especial, aos vigentes a partir de 2003 até meados de 2016, como responsáveis em grau maior pelas mazelas pelas quais passa nossa categoria e um silêncio (ou no máximo uma crítica superficial e eventual) quanto á total indiferença por parte dos governos a partir de meados de 2016. Nesta toada lá se vão quase 7(SETE) anos de descaso absoluto para com nossa categoria. Salvo melhor juízo, e me corrijam se estiver equivocado, me parece que nos citados governos de 2003 a 2016, fomos aquinhoados com reajustes, que em certo grau recompunham o poder de compra dos ferroviários. Se algum colega dispõe dos índices de reajuste aplicados ao longo do período de 2003 a 2022, prestaria um favor á toda categoria em informar citados números, e com isto podermos fazer um juízo de valor acerca do tratamento dispensado á nossa categoria pelos diversos governantes.
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Vimos se unir e fazer uma manifestação a favor dos aposentados dos ferroviários mostrando as nossas necessidades .
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Pelo jeito vamos ficar os quatro anos de mandato do capitão , sem um centavo de aumento.
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