Por Alcir Alves de Souza – ferroviário, advogado

Um cidadão ferroviário, não importa se ativo ou inativo, que ambicione ascender ao posto máximo de uma federação, de um sindicato, ou de uma associação, sabe que, para alcançar esse objetivo, a escalada, hoje, não lhe será tão difícil, como noutros tempos, posto que não terá que cabalar votos de trabalhadores sindicalizados, ou de associados.

Obviamente, é importante ter um histórico que o habilite, embora não seja decisivo. É uma perspectiva, entretanto, que, para alcançá-la, só precisa saber negociar apoio político, ter aprovação e adesão ao seu nome, e ser próximo de quem tem o poder de mando na entidade.

É assim que parece funcionar. Se, hipoteticamente, ascender ao cobiçado posto, quem poderá garantir que fará uma boa gestão? Uma Bola de Cristal, talvez. Mas, pelo menos, no passar do tempo, pode-se antever se houve mudanças nas atitudes desse novo e eventual gestor, para melhor ou para pior.

A realidade, infelizmente, tem mostrado, há algum tempo, um lado perverso, nada positivo, que sempre acomete dirigentes de entidades corporativas. A vaidade humana, sentimento que, quando negativo, torna a pessoa egocêntrica, incompreensível, intolerante e insensível. Uma mutação, no sentido figurado, penso. O espírito classista ou corporativista, de então, é superficial, na prática, parece não mais existir.

Não se ouve os pleitos, os anseios, nem as necessidades, mais urgentes, do trabalhador ou associado. Age-se ou faz-se o que entende ser o melhor. Críticas ou sugestões são repudiadas. Adota-se postura isolada; opta-se por negociações, ou tratativas, como se prefere dizer, sejam quais forem os meios, administrativos ou políticos. JUSTIÇA, nem pensar. Um comportamento que se afigura autoritário.

Essa é uma análise pessoal minha. Os resultados pífios, das últimas atuações dos nossos representantes, junto a órgãos do Governo Federal, como a VALEC, o MINFRA, o ME, conduzem-me a essa conclusão. 

ALCIR ALVES DE SOUZA