Texto do ferroviário Eng. Paulo Cezar Oliveira
Pensando em comentários sobre RFFSA: gente… As ferrovias de longo curso se prestaram pós o presidente BOSSA NOVA (JK) a atender apenas o TRANSPORTE DE CARGAS.
Lembrando que JK adotou o lema “GOVERNAR É CONSTRUIR ESTRADAS” mas RODOVIAS, onde queria fazer do seu governo, 50 anos em 5.
Quando entrei para a RFFSA em 1978, o sistema de transporte de passageiros já começava a declinar e a ser um entrave nas movimentações de cargas. Trechos que anteriormente atendiam e favoreciam transporte de passageiros já não davam suporte financeiro para a sustentação do sistema produtivo.
Eu mesmo como participante de comissão de estudos para transferência de trechos não rentáveis, com prefeituras para as quais, ainda, interessava o transporte de passageiros, mas que pouco se importaram dizendo ser uma obrigação do governo federal e os negócios não evoluíram.
Trechos ligados ao Nordeste e Norte, passaram a ser os mais deficitários, principalmente quando o então presidente Figueiredo, em 1985, cortou os subsídios da União para a ferrovia, tendo esta que se sustentar com as próprias receitas arrecadadas. Ficaram três regionais rentáveis com o transporte de cargas, sustentando outras três regionais deficitárias, sobrando uma não rentável, mas que cobria seus custos apenas (SR6).
Para o governo não havia mais suporte e nem como mantê-la visto que cargas não davam VOTOS. Hoje, se quisermos pensar em ferrovia, temos que pensar em termos futurista a nível de país continental, de Brasil pra frente.
Saudosistas todos nós Ferroviários somos, nas isso hoje deve ser analisado por cada Município em associação destes para se interligarem e com o apoio muito mais primordial dos Governos Estaduais.
Para o Governo Federal, isso virou passado. Só movimentos de preservação histórica como ABPF e outras que tentam reativar alguns trechos, não encontram apoio de prefeitos em quase toda à totalidade do Brasil.
Se formos olhar assim, quantas estradas rodoviárias abandonadas também?
Quantos cemitérios de veículos velhos temos por esse Brasil?
A evolução tecnológica está muito acelerada e não está dando chances a nós ferroviários apaixonados que vivemos essa era de ouro das ferrovias.
A globalização está galopante e nós apaixonados do passado não encontramos condições de galopar juntos.
Paulo César Oliveira
Perfeito. Uma abordagem resumida, fria mas Verdadeira, do que vivenciamos, pois entrei em 1974, para RFFSA-AG . Parabéns. Entendo que restou para nossa Classe, a valorosa participação de nossas Associações, Federações e Sindicatos, a tentativa de articulação política para tentarmos manter o que conquistamos em todos os anos de dedicação à Ferrovia.Talvez seja difícil unir todos, por questões políticas, mas seria o ideal. Eu ainda acredito, pois Ferroviário não desiste fácil.
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Ferrovia é projeto de estado, não de governos.
Municípios não conseguem dar atenção a educação básica quanto mais a ferrovias.
Países como a Etiópia e o Egito muito mais pobres que o Brasil possuem ferrovia e projetos para trens de velocidade média.
Até ao nosso lado a Argentina voltou com trens de passageiros e aqui nada – nenhum projeto para este tipo de transporte.
Copiamos tudo que vem dos EUA que achamos ser o máximo – mas lá não acabaram com os trens de passageiros, aliás estão inovando e acrescentando trens de alta velocidade, por serem mais ecológicos e também porque servem aos contribuintes que aliás como aqui pagam tudo, só que aqui só escutam barulho
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