Pesquisa e edição por Luis Fernando Salles
Um dos principais benefícios prometidos pela Transnordestina seria facilitar o escoamento de grãos da região conhecida como Matopiba, que é reputada como a nova fronteira agrícola do país e inclui os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Hoje, a produção esbarra no alto custo do transporte rodoviário, três vezes mais caro que o ferroviário, e no desperdício médio de 2% da carga a cada viagem de caminhão. Produtores do Piauí são categóricos: com a Transnordestina em operação, é possível dobrar a produção de soja e milho na região.
Matopiba já é responsável por quase 10% da produção nacional de grãos e cresce a uma média de 20% por ano, embora o último ano tenha sido de queda por causa da falta de chuva. Na safra passada, o Matopiba produziu mais de 12 milhões de toneladas de grãos. Para a safra deste ano, a expectativa é atingir a cifra recorde de 19 milhões de toneladas. Hoje, são 73 milhões de hectares de área plantada. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), essa área pode ser aumentada em até um terço.
O crescimento do setor, porém, fica limitado pela dificuldade no escoamento. Um exemplo clássico dessa realidade é a região produtora do cerrado piauiense, composta por 12 municípios. A soja produzida lá precisa enfrentar mais de mil quilômetros de estradas, algumas esburacadas, outras sem asfalto, para chegar ao porto de Itaqui, o terminal de grãos do Maranhão, e de lá ser distribuída país afora.
“O transporte rodoviário é mais caro, mais lento, menos eficiente e tem mais desperdício”, resume o presidente do Sindicato dos Produtores de Soja de Bom Jesus, Abel Pieta. Segundo ele, o Piauí tem mais de 500 produtores de soja.
A Transnordestina nasceria para desatar esse nó e desenvolver a região. Bom Jesus fica a 200 quilômetros do porto seco de Eliseu Martins (PI) e, de lá, a soja, o milho e o algodão seguiriam pelos trilhos até os portos de Pecém (CE) e Suape (PE), para serem distribuídos de navio para o restante do Brasil.
“Toda a cadeia produtiva depende de uma logística eficiente. O reflexo no escoamento seria gigante para nós. A gente traria insumo mais barato, produziria mais e aumentaria nossa competitividade. Nossa região tem todo um potencial a ser explorado, mas o governo não melhora a infraestrutura e nos impede de crescer. Estamos rezando para a ferrovia sair do papel”, pondera o engenheiro agrônomo Rafael Maschio, diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) em Bom Jesus e região.
Fonte: G1
Infelizmente, nosso maior problema é a irresponsabilidade de nossos dirigentes públicos que, não age como servidor publico e usa do público em benefício próprio. Solução: demissão sumária com indenização do dano causado, tendo que reembolsar todo o trabalho decorrente do processo (custas).
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myramos
É isto aí…
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Vejo com preocupação o fato do poder público investir em algo que no futuro próximo não se sabe o que acontecerá. Exemplo disso foi todo o investimento na RFFSA: aquisição de bens com recursos públicos, estações,locomotivas,linha férrea, terminais,composições, locomotivas, oficinas, pátios, etc, e que após ter toda uma infra estrutura criada foi entregue a preços irrisórios à concessionárias que visam apenas o lucro e não tem nenhuma responsabilidade com
a sociedade ou função social. Prova disso é a malha ferroviária sul matogrossense que após sucateada está sendo motivo de embate entre concessionária e governo onde a concessionária nada investiu, sucateou mais ainda o bem público e agora quer entregar o que sobrou, sucatas para o governo reinvestir e com certeza, aguardando nova concessão para novamente sugar do patrimônio público. Outro exemplo é o pré sal onde o governo durante anos investiu pesadamente muitos recursos públicos através de pesquisas e desenvolvendo a tecnologia necessária a sua exploração e agora, após a mudança de governo e no momento em que poderíamos lucrar com a exploração, foi entregue às multinacionais do petróleo. Sinceramente diante de tudo isso não vejo qual o interesse social em se investir recursos públicos para depois entregar de graça às empresas privadas. E ainda tem brasileiro que defende a desestatização desenfreada.
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Prezado
É isto aí.
Obrigado por participar com tão brilhante comentário
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