Prezados Fernando Abelha e Jorge Moura.

A preservação e memória ferroviárias devem ser defendidas até a última instância. Mas em um Brasil em que até quem é julgado e condenado em todas as instâncias, pode ressurgir das cinzas, como um fênix depauperado, temos que nos preparar para tudo.
A restauração e nova utilização de estações ferroviárias não é novidade no Mundo. Temos exemplos, tanto no Exterior como aqui.
As mais evidentes “adaptações de finalidade”, sem desfigurar os projetos originais, são, somente a título de exemplo:

(1) A gare D’Orsay em Paris, que se transformou no famoso Musée D’Orsay, mantidas e preservadas suas características originais;
(2) A Sala São Paulo, famosa e conceituada sala de concertos, também produto de uma reconceituação de uso, com inegáveis atributos de preservação da memória ferroviária. Foi inaugurada em 1999 como “adaptação exitosa de finalidade” da antiga Estação Júlio Prestes da FEPASA;
(3) Agora, um exemplo antagônico, aqui no Rio de Janeiro, no bairro da Barra da Tijuca, foi a derrubada há cerca de um decênio da Casa de Cultura Estácio de Sá, na Avenida Érico Veríssimo, com seus 3 andares, que de multifacetada utilização cultural (shows, concertos, biblioteca, palestras, até um Ministro dos Transportes em 1998 ali esteve para uma reunião), virou estacionamento (“pasmem”) do supermercado Zona Sul.
É à busca de solução diferente para a monumental Estação de Barão de Mauá, que os ferroviários “de raiz”, assim como as pessoas de “bom senso”, devem se mobilizar! No que puder ajudar com textos, justificativas, fundamentações sobre a temática “Salve Barão de Mauá”, contem comigo!

Grande Abraço e melhores e sensatos dias.

Atenciosamente,

Sergio Iaccarino, D.Sc.
Especialista em Infraestrutura Sênior
Departamento de Fomento e Desenvolvimento da Infraestrutura

Ministério da Infraestrutura