O VLT na Zona Sul do RJ prevê que corredores importantes de tráfego — como nas ruas Voluntários da Pátria, Humaitá, Jardim Botânico e Marquês de São Vicente — percam faixas para o trânsito. O maior impacto seria na Voluntários da Pátria, um dos principais eixos de tráfego e de comércio Botafogo, que seria transformada em uma “rua de serviço” atendendo apenas ao trânsito local com duas faixas para o VLT e ciclovias.
Na Rua Jardim Botânico, duas das quatro faixas ficariam com os articulados. Haveria só uma faixa em cada sentido para os veículos de passeio. Hoje, no fim da tarde, a via opera em reversível no sentido Gávea para desafogar o tráfego da Autoestrada Lagoa-Barra.
O trânsito também perderia faixas na Rua Humaitá. Já na Marquês de São Vicente, o VLT operaria em mão dupla, com uma faixa segregada da atual. A parada final ficaria próximo à PUC-Rio e ao Planetário.
Antes de iniciar a execução do projeto a partir de 2023 com previsão de entrega em 2025, a prefeitura pretende realizar uma série de audiências públicas.
Especialista fez críticas ao projeto
O coordenador do Fórum de Mobilidade Urbana, Licínio Rogério, defendeu que a prefeitura dialogasse com o estado para tentar viabilizar a conclusão da Linha 4 do metrô. O traçado do VLT é muito parecido com a expansão Gávea-Jardim Botânico, que não saiu do papel:
— Há outras questões. Segregar o tráfego do VLT na Voluntários não faz sentido diante da quantidade enorme de acessos de garagem aos prédios. Simplesmente os trens não vão ter velocidade comercial — disse.
Paes, por sua vez, admitiu que não procurou o governador Cláudio Castro para discutir uma eventual retomada das obras do metrô. Apesar do percurso parecido com a expansão da linha 4, Paes diz não ver concorrência entre os sistemas metroviário e o que propõe:
Essa não é a primeira vez que a prefeitura anuncia um plano para expandir o VLT para a Zona Sul. Em 2015, durante a segunda gestão do prefeito Eduardo Paes, o então secretário da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, anunciou um projeto parecido. Na época, o plano previa um traçado diferente.
A ideia era esticar o VLT Carioca (que tem como uma das estações terminais o Aeroporto Santos Dumont), até o Jardim Botânico, passando também por Flamengo e Botafogo.
Associações de moradores criticam projeto
A presidente da Associação de Moradores de Botafogo, Regina Chiaradia, também criticou a proposta. E diz que Paes ressuscita uma antiga ideia do ex-prefeito Luiz Paulo Conde, que no fim do século XX queria implantar um trem magnético passando pelas ruas Voluntários da Pátria e São Clemente.
— Não acredito que esse plano saia do papel. O que a população deseja e batalha há anos é pela expansão do metrô. É cada coisa. Já não tenho mais paciência para discutir essas questões.
Fonte: O Globo