Por Alcir Alves de Souza

Não é plausível, em disputas eleitorais, virar-se as costas para eleitores potenciais, de áreas ou de núcleos, ainda não disputados, como os dos ferroviários e suas respectivas famílias, que somam quase 200 mil votos, por exemplo.

Não é a bandeira, nem o idealismo partidário, que deve ditar o comportamento do candidato que concorre à investidura em cargo eletivo. No jogo da disputa eleitoral, candidato inteligente, é aquele que considera todas as possibilidades, não descarta ou despreza votos. Infelizmente, não é isso o que se observa hoje em dia. Os políticos contemporâneos, não são como os de antigamente. São fiéis à cartilha do partido ao qual se acham filiados. Os eleitores, para eles, são um assunto secundário, eis que não lhes garantem o cumprimento de quaisquer promessas.

Um exemplo disso é que, ao longo de mais de ano, houve contatos de membros da Comissão Paritária Especial, tanto em Belo Horizonte quanto em Brasília, com políticos e pessoas próximas ao Governo Federal, um trabalho de formiguinhas, e o resultado, apenas o envio de ofício, por um senador, ao ministro da Infraestrutura (MINFRA), sobre o qual não se tem notícias. A partir disso, nenhum outro feito foi divulgado.

Uma carta de minha lavra, na mesma ocasião, foi enviada, por e-mail, ao presidente da CÂMARA FEDERAL, deputado ARTHUR LIRA, e reiterada tempos depois, mas não houve resposta. Os fundamentos fáticos, os jurídicos e o direito, que a embasaram, não lhe sensibilizaram. Afinal, uma questão que, além de não ter nada a ver com os interesses do seu estado e/ou do seu eleitorado, só lhe traria desgastes.

Esse é o MUNDO POLÍTICO em que vivemos, em que os interesses pessoais estão acima dos interesses sociais. É um ambiente em que tudo gira em torno de trocas, ou seja, do popularmente conhecido “TOMA LÁ, DÁ CÁ”. Então, para não se deixar iludir, é preciso se ter um bom discernimento, ao lidar ou tratar com parlamentares. Integrada as duas CASAS do CONGRESSO, por políticos de diferentes regiões e estados do País, sobre os quais pouco ou nada se sabe, é natural eventual desconfiança, ainda que, em meio a todos, existam, em grande e predominante maioria, os que só se ocupam com questões de interesse nacional e da população como um todo.

Assim, concluindo, penso estar explicado o fato de, com relação à questão dos ferroviários (ativos/inativos) da extinta estatal, não haver nenhum congressista, até o presente momento, demonstrado interesse em aderir à luta travada pela classe.  

ALCIR ALVES DE SOUZA 

Ferroviário aposentado