Por Alcir Alves de Souza

– Por que os nossos companheiros, líderes e dirigentes de entidades classistas, como a FNTF, a FENAFAP (que têm abrangência em todo o território nacional), os sindicatos e as associações resistem a atender ao clamor dos seus representados? Por que tanta insensatez, tanta incompreensão, tanta insensibilidade? Os ferroviários ativos e inativos, inclusive as pensionistas, imploram por medidas que lhes atenuem o sofrimento.

Que ofensas, afinal, teriam cometido esses milhares de companheiros, além do fato de alguns outros, insistentemente, exigirem a devida atenção para o drama angustiante, que assola a classe? Onde está DEUS em meio a esse sofrimento todo, que não intui nas mentes daqueles nossos irmãos (ferroviários aposentados, como nós), o despertar para a realidade, a faculdade de compreender a dimensão do drama que nos aflige; de entender que o tempo urge; que providências, objetivas e concretas, devem ser tomadas.

Enquanto uma minoria de companheiros vive tranquila, em zona de relativo conforto, somando ganhos recebidos do INSS e REFER (12,47% de reajuste, em maio último), uma imensa maioria, supostamente de mais de 50 mil, vive angustiada, afetada psicologicamente, pelo fato de auferir benefício de uma única fonte, o INSS, sem atualizações e reajustes anuais (QUATRO ANOS!). Uma situação só vivida, nos governos TEMER e BOLSONARO, jamais nos governos anteriores, mesmo sem o reconhecimento pleno dos nossos direitos.

Não merecemos ser aviltados, como vimos sendo, ultimamente; somos detentores de direitos legítimos. A situação é caótica, os dirigentes classistas sabem disso, mas optei por divulgá-la em CARTA ABERTA, datada de 29/05/2022, ao presidente da FNTF, senhor FRANCISCO APARECIDO FELÍCIO, que ainda não se dignou a respondê-la.

Não há outra escolha, nem motivo para delongas, assim penso. A sugestão que apresentamos, reiteradas vezes, insisto, é no sentido de se buscar, no juízo competente, a tutela jurisdicional, propondo-se a competente AÇÃO CIVIL PÚBLICA (ou coletiva), com pedido de TUTELA DE URGÊNCIA. O que estará faltando, então, para que sejamos contemplados com essa medida? Compaixão? É uma hipótese na qual o autor deste texto, não acredita.

O que a nossa pobre e desvalida classe espera, na verdade, de algum dos nobres dirigentes, citados inicialmente, é o anúncio, a qualquer momento, de uma notícia concreta, que lhe traga alegria e um pouco de conforto, com relação à demanda sugerida.  

Alcir Alves de Souza

Ferroviário/advogado