Recebemos do economista Paulo da Silva Leite a crônica que transcrevemos abaixo:
Texto de Paulo Leite
“Corria 1978 ano em que a Ferrovia no Brasil ainda merecia atenção por parte de seus Governantes e a indústria ferroviária tinha participação de destaque no parque industrial brasileiro com a produção de Locomotivas, Vagões, Trilhos, Aparelhos de Mudança de Via, Dormentes de Concreto e desenvolvimento e implementação de novos tipos de fixação para a via permanente, além de uma iniciante tentativa de nacionalização de peças sobressalentes para os motores de locomotivas.
Para nós ferroviários foi um ano que marcou grande movimentação para o alcance de um desejo amplamente desejado. Foram emitidos sinais de que o Governo Federal estaria próximo a autorizar o funcionamento de nossa Fundação REFER.
Em meados de 1978 a Diretoria da RFFSA, convidada à participar em São Paulo da inauguração de um novo Parque Industrial que começaria a produzir Aparelhos de Mudança de Via em escala comercial, esteve presente e aproveitou a oportunidade para solicitar ao Presidente da República do Brasil a época, presente na inauguração, a liberação de nossa Entidade de Previdência Privada.
Lembro-me que, no dia seguinte, como Chefe de Divisão na Administração Geral da RFFSA, com outros Membros da Direção em reunião com o Diretor de Material, nos foi reportado que o Sr. Presidente da República se mostrou propenso a conceder autorização, mas fazendo a seguinte observação:
“A criação de uma Fundação não vai resolver os problemas da Classe Ferroviária Brasileira”.
Em 07de fevereiro de 1979, isto é, no ano seguinte, a REFER iniciou sua trajetória e as palavras profetizadas soam a cada dia nos nossos ouvidos.
Mais uma vez a REFER entra em estado de ebulição.
Crises em cima de crises de lá para cá já se perdeu a conta,
Talvez muitos não se lembrem, mas já tivemos até uma intervenção do Órgão Fiscalizador das Entidades de Previdência Privada ao recebermos por alguns anos dentro da Fundação um DIRETOR FISCAL.
Em 2004 nova intervenção do Governo Federal devido a problemas que não vem ao caso relatar, já aposentado pela RFFSA, fui convidado a participar da Diretoria juntamente com um novo Presidente. Exercemos nosso mandato sem problemas por mais de 4 anos, dando lugar a nova Diretoria que veio a ser afastada em 2018 mais uma vez por indícios de má administração.
A Mídia na ocasião expôs o caso a publico e aguarda-se conclusão de processo em tramite no MPF e na PF.
Ultrapassado esse percalço na vida da REFER eis que nos deparamos com nova CONVULSÃO INTESTINA com afastamento de toda a Diretoria e com os Membros do CODEL assumindo a Direção da Fundação.
Estranho a nós Participantes/Assistidos a notícia e o teor do comunicado inserido no site da REFER na internet.
As explicações vindas a público não nos parecem claras pois depreendemos que as possíveis falhas dos Dirigentes afastados não foram comprovadas e ou justificadas por eles, resolvendo-se afastar pura e simplesmente sem a possiblidade de defesa.
Qual o real motivo então?
Capacitados a exercer os cargos para os quais mereceram aprovação do CODEL após processo seletivo bastante rigoroso acredito não se possa alegar.
Então seria por motivo Político?
O Ferroviário não obtém apoio político para sua causa maior que é a revalidação de seus salários defasados e sem correção, mas faz política dentro de sua Fundação a quem deve preservar como salvaguarda de sua aposentadoria.
Certamente, a Gestão de nossa Fundação está seriamente comprometida pois os membros do CODEL têm suas atividades normais prejudicadas ao terem que diariamente comparecer a REFER para acompanhar as atividades regimentais da Fundação.
Não se fale em despesas adicionais com o pagamento de diárias aos membros do CODEL pelo seu comparecimento diário a Fundação, diárias que acredito não sejam inferiores a R$ 500,00.
Como participante/assistido tenho sentimento que não estamos sendo colocados a par dos reais acontecimentos como merecemos e nos causa preocupação que a gerência de vultosos Investimentos não está sendo feita por profissionais voltados às atividades fins para as quais foram selecionados e aprovados.
Qual dos membros do CODEL será responsabilizado por uma má gestão em uma aplicação financeira duvidosa ou que não alcance o objetivo desejado?
Não é que aquele ex-presidente da República do Brasil tinha razão ou não!!!”
será que o pedido de demissão do sr. Abelha foi causado pelo exposto no seu texto ??
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