Colaboração de Lídia Maria Martins Gonçalves.
O Grupo de Trabalho da área de Previdência, um dos 30 GTs que
compuseram a equipe de transição do governo eleito, elaborou um
diagnóstico do setor de previdência social, em especial do Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS) e da área de previdência
complementar. Especificamente em relação ao segmento de previdência
complementar, foram apontados programas e ações que precisarão ser
fortalecidos nos próximos anos e também sugestão de ações e medidas
prioritárias para os primeiros cem dias do governo do presidente eleito Luiz
Inácio Lula da Silva.
Segundo o coordenador do GT de Previdência, Fabiano Silva dos Santos,
tanto o diagnóstico quanto as sugestões de medidas serão encaminhados ao
futuro ministro da pasta da Previdência Social, a ser separada do Ministério
do Trabalho conforme declarações de Lula durante a campanha eleitoral.
Na avaliação do GT houve um excesso regulatório por parte do Conselho
Nacional de Previdência Complementar (CNPC) nos últimos quatro anos,
período em que foram editadas 25 Resoluções que, segundo Santos,
“impuseram custos normativos crescentes às operações das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar, considerando compromissos de
longo prazo”. O GT também concluiu pela “necessidade de disciplinar o
ato regular de gestão para oferecer mais segurança jurídica às decisões dos
dirigentes das EFPCs e ao processo de supervisão baseada em riscos, a ser
aperfeiçoado pela Previc”, diz Santos.
O relatório do GT de Previdência elenca cerca de dez medidas prioritárias a
serem adotadas em relação ao segmento de previdência complementar e
regimes próprios de previdência nos primeiros cem dias de governo, entre
as quais as principais são as seguintes:
1 – Criação um grupo de trabalho quadripartite na área de previdência
complementar, formado por representantes do Estado,
participantes/assistidos, patrocinadores e entidades, para fazer uma revisão
normativa do setor logo no início de funcionamento do recriado Ministério
da Previdência Social, a exemplo do que foi feito no 1º mandato do
presidente Lula quando se revisaram as normas à luz das então recém
criadas Leis Complementares 108 e 109, editadas em 2001;
2 – Analisar a possibilidade de suspender temporariamente, a partir de 1º de
janeiro de 2023, as contribuições extraordinárias impostas aos participantes
e assistidos para financiar o plano de equacionamento dos déficits nas
EFPCs;
3 – Melhoria dos processos de licenciamento, sobretudo para se evitar a
chamada “financeirização” dos planos previdenciários, passando a exigir
cobertura de invalidez, pensão por morte e sobrevivência, e um percentual
de contribuição suficiente para bancar a taxa de reposição dos benefícios
dos servidores públicos ligados aos Entes Federativos obrigados pela
Emenda Constitucional 103 a implantar o Regime de Previdência
Complementar;
4 – Alteração/revogação de 16 atos normativos de previdência
complementar, incluindo a edição de um novo decreto do processo
administrativo sancionador; em substituição ao Decreto nº 4.942, de 2003;
5 – Aperfeiçoamentos na Resolução CMN nº 4.994, que regula os
investimentos das EFPCs, com a reabertura do segmento de aplicação em
imóveis e melhoria da carteira de infraestrutura (via Fundos de
Participações e debêntures de crédito);
6 – Revogação da Instrução Previc nº 42, de 2021, que obriga as EFPCs ao
provisionamento do risco de crédito dos ativos financeiros pertencente ao
seu portfólio a partir de 1º de janeiro de 2023;
7 – Revogação da Resolução CNPC nº 43/2021 sobre marcação à mercado
dos títulos e valores mobiliários das EFPCs;
8 – Revogação da Resolução CGPAR nº 37/2022 que trata dos parâmetros
dos planos de benefícios das estatais federais;
9 – Mudança na representação nos Colegiados do CNPC e CRPC,
tornando-a paritária e evitando o conflito de interesse dos representantes
(auditores e procuradores) da Previc nos julgamentos administrativos
dentro da Câmara de Recursos;
10 – Solicitação ao CNPC para que se abstenha de aprovar, na reunião desta
quarta-feira (14/12), qualquer nova proposta para o segmento.
De acordo com Santos, o levantamento dos problemas e o diagnóstico do
segmento de fundos de pensão e RPPS foi feito contando com a parceria do
ex-superintendente da Previc e ex-presidente da Funpresp, Ricardo Pena,
que também participa do GT de Previdência na equipe do governo de
transição. Ainda de acordo com Santos, foram ouvidas sugestões da Abrapp,
Anapar, associações de RPPS, entidades previdenciárias e
sindicatos, além de diversas lideranças desses segmentos, para se chegar ao
documento final.
Esse diagnóstico tem relação com a complementação da RFFSA. E REFER??
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Antonio
Nada sobre complementação. Apenas se refere à Presidência Complementar. REFER e outros Fundos de Pensão.
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