Por Fernando Abelha

Enquanto as lideranças ferroviárias esperam paciente e silenciosamente que o governo atenda aos pleitos da categoria, os servidores públicos, também vítimas do desamparo governamental, se mobilizam para buscar o atendimento dos seus direitos.

A intenção do governo federal de trocar o reajuste salarial previsto de 5%, para todas as categorias, por um acréscimo no vale-alimentação irritou os servidores públicos federais, que preparam uma ofensiva contra a proposta.

Dessa vez, eles pretendem cooptar o apoio massivo dos aposentados e pensionistas, já que o grupo não receberia a correção. Ao todo, são 653, 7 mil inativos. Os funcionários ativos são 573,2 mil. A estimativa do governo é de que o valor poderia ultrapassar R$ 600 mensais.

“Reajustar apenas o vale-alimentação é um verdadeiro desrespeito aos servidores, sobretudo aos aposentados, que nem sequer esse reajuste terão, pois não recebem vale-alimentação”, critica o presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques.

Os servidores públicos federais reivindicam reajuste de 19,9%. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo tem até o fim de junho para tomar decisão a respeito de proposta de aumento para a categoria.

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) afirma que a maioria do funcionalismo está com salários congelados há mais de cinco anos.

“Só nossa pressão será capaz de fazer com que o governo conceda a recomposição salarial emergencial pleiteada pelo funcionalismo. Dinheiro tem e a legislação permite”, afirma a Condsef, em nota.

Na semana passada, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, Paulo Guedes afirmou que “até 5%” seria possível “repor o funcionalismo”.

Fonte: Internet