Por Fernando Abelha

Ferroviários aposentados e pensionistas das extintas estatais RFFSA e FEPASA, almejam que o governo não confunda 1º de maio, data base da categoria, com 1º de abril, dia da mentira e da cilada. No decorrer deste governo, a total falta de respeito para com os ferroviários das duas grandes estatais, todos envelhecidos após anos de trabalho, muitos deles de sol a sol, para manter o compromisso do transporte sob trilhos, na garantia de circulação das riquezas nacionais. Transporte hoje voltado, tão somente, aos interesses das concessionárias, em carrear suas comodities para exportação.

Este abandono das ferrovias e dos envelhecidos ferroviários, se faz presente a cada ano, através da total indiferença dos governantes, que passam ao largo quando sonegam os direitos da categoria em ter seus vencimentos reajustados no mínimo pelo INPC, conforme preconiza a legislação que extinguiu a RFFSA e FEPASA. O que é mais sério ainda, desrespeitam a própria Constituição Federal,

Na defesa dos nossos direitos temos linhas de conduta pelas duas Federações que ainda exercitam algo de concreto: a FENAFAP que já obteve dos órgãos governamentais o reconhecimento de parte das perdas salariais, em torno de 40%. – Devo e não nego, mas pago quando puder”. Assim entende o Ministério da Infraestrutura através da sua discutida estatal VA|LEC.

A outra linha de conduta, a FNTF, hoje sob nova liderança, já ingressou com o Acordo Coletivo junto a VALEC – Engenharia, para atender cerca de uma centena de ferroviários da extinta RFFSA, ainda em atividade. Assim, os 50 mil aposentados e pensionistas, dependem que a VALEC conceda o reajuste salarial aos poucos ativos, para que sejam, também, reajustados os seus vencimentos, aplicando-se a lei da paridade conquistada pela categoria, o que não é sem tempo, uma vez que o número de óbitos desses trabalhadores e pensionistas, já ultrapassa a dois mil por ano.

Somente nos resta confiar em nossas lideranças e aguardar que o governo, hoje preocupado com a reeleição, se faça presente à categoria dos ferroviários, que representa algumas dezenas de milhares de possíveis eleitores. Não temos trens para paralisar como no passado. O voto é nossa arma. “Nosso salário acima de tudo e Deus acima de todos” Este é nosso slogan de sobrevivência, plagiado do dito governamental quando se vê pressionado.