
- Os estudos realizados, patrocinados pelo governo do Estado de São Paulo, foram direcionados a uma única alternativa, que depende da renovação antecipada do contrato da MRS, por conta do governo federal, que tem demonstrado desinteresse
político em favorecer o governador João Dória.
- Liberalismo tem origem na palavra liberdade. Um governo de postura econômica liberal deve dar liberdade aos licitantes para apresentarem inovações tecnológicas não previstas nos estudos, direcionados a uma única alternativa técnica. A licitação como está corre o risco de ser anulada, acusada de direcionamento tecnológico, ignorando as tendências mais modernas da mobilidade e na defesa das mudanças climáticas.
- A implantação de uma linha para os trens de carga, para segregar o transporte de mercadoria do transporte de passageiros, implica em desapropriações, remoção e alocação de dutos de água, esgoto, energia e comunicação. Além de depender da
autorização do governo federal. Nossa proposta evita tais investimentos e dá total autonomia ao Estado de São Paulo de promover a licitação nas linhas do próprio estado, independente da renovação antecipada do contrato da MRS.
- A Sugestão tem enfoque AMBIENTAL e consiste na implantação de uma via elevada sobre as atuais linhas da CPTM e da Rumo Logística, para trens de passageiros com a tecnologia VLT – Veículo Leve sobre Trilhos de característica
interurbana, com dezenas de fabricantes, portanto de propostas, inclusive brasileiros, capazes de atender à demanda prevista no tempo de viagem estimado pelos estudos.
- Esta via elevada, em treliça do tipo Pratt (ou outra julgada mais recomendada para determinados trechos) será coberta de painéis solares, direcionáveis, com rendimento mínimo de 1,25 kWh/m2/dia.
- Nos aproximadamente 100 km entre Barra Funda e Campinas, à taxa de 24 m2/metro linear (que a faixa de domínio na média comporta) a produção de energia anual gira em torno de 1.500 GWh. É superior à maior Usina Solar brasileira,
localizada 500km ao sul da cidade de Teresina (PI), com uma diferença fundamental: é urbana, economizando em torno de 15% no transporte da energia e reduções de custo de distribuição, pois é gerada nas proximidades dos locais de consumo.
- Os VLT que correrão no interior das treliças podem evoluir para trens de levitação eletromagnética, aproveitando a mesma via permanente e posicionando o Estado de São Paulo na vanguarda da tecnologia em termos mundiais.
- No interior da treliça existe uma Infovia dupla, aproveitando o espaço inferior da saída de emergência exigida por norma, que aumenta a custo marginal a rede de Internet de alta velocidade ao longo da zona de influência do TIC, consistindo no
primeiro caso concreto de grande demanda da “Internet das coisas” no Brasil, como preconiza a tecnologia 5G.
- O tempo de implantação, os investimentos e os custos operacionais podem ser reduzidos no mínimo à metade, em relação à proposta direcionada pelo estudo realizado. Os valores exatos serão objeto das propostas da Concorrência Internacional, caso haja liberdade para que os licitantes apresentem inovações tecnológicas.
- A decisão sobre inovações é mais política do que técnica, ainda mais no setor ferroviário, excessivamente conservador, como os estudos de referência do TIC indicam. Estas sugestões devem ser encaradas como uma desinteressada e singela contribuição para a população e os contribuintes do Estado de São Paulo, a ser implantada por seus governantes, com base no moderno conceito do “Infra Upcycling”.

Salamanca, 15 de outubro de 2021
Eduardo David
eduardogdavid@gmail.com