Por Fernando Abelha
O contribuinte paga caro após a desastrosa política liberal de Fernando Henrique Cardoso, complementada por Lula da Silva, que exterminou com os 28 mil quilômetros de linhas do modal ferroviário, após a concessão da RFFSA à iniciativa privada.
Dos 28 mil Km estão hoje em operação cerca de 12 mil. O restante foi abandonado, sucateado, furtado e invadido. Essa medida de conceder a ferrovia a alguns grupos privados que operaram hoje apenas suas cargas unitárias, abandonando quase que totalmente as cargas gerais, proporcionou ao transporte rodoviário o poder que detém hoje sem a concorrência ferroviária.
A construção e interligações de novas linhas deveriam ocorrer, gradativamente e concomitantemente, com a operação ferroviária das superintendências da extinta RFFSA, sem prejuízo do avanço da tecnologia com a construção de novos trechos para atender principalmente ao agronegócio.
Agora, o governo fica nas mãos dos caminheiros que ameaçam parar e conseguem o que pretendem sob a alegação de aumentos de custos do transporte rodoviário provocado pelo preço do diesel. Mas, os custos altos do rodoviário, têm produzido outro reflexo bem mais perceptível: uma pressão contínua sobre os preços pagos pelos consumidores por produtos que dependem diretamente da logística rodoviária. Falta-nos a presença ferroviária e a cabotagem no indispensável transporte da carga geral.
E agora José?
Parabéns pela matéria, professor JOÃO ABELHA. Muito oportuna. Uma abordagem precisa, sobre a política de transportes que vem sendo implementada no país, nos últimos anos. A realidade está aí, à mostra. A impressão que se tem é a de um país que não avança, que não cresce economicamente, por conta de uma política de transportes, de direção única, sem alternativas. O escoamento de produtos, originários de pequenos e médios produtores, parece só contar com o transporte feito por caminhões. Isto porque a malha ferroviária, nas principais regiões, foi, e está sendo, negociada com grandes investidores privados, que as utilizam para atender, prioritariamente, aos seus interesses, transportando o que lhes convém. Trens de passageiros, é uma política há muito descartada. Os caminhoneiros sabem disso, e se aproveitam dessa fragilidade, para fazer pressão, ameaças de paralização, em proveito próprio.
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E agora ficamos nas mãos de governantes que não sabem o que fazer.
Na minha opinião ocorreu uma politica deliberada de governo para acabar com as ferrovias, no texto acima esqueceu-se do governador de São Paulo Mario Covas que entregou a FEPASA para o governo federal afim de pagar dividas do estado para com a união – as quais não foram totalmente pagas e gerou um abandono incomensurável da malha ferroviária no Estado e um problema sem solução a vista para o transporte de passageiros entre as RMSP, de Campinas e Sorocaba
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