Por Fernando Abelha

Com muita preocupação e reservas, recebemos de Adauto Alves, presidente da Associação Mútua, a informação de que no último dia 16 de agosto, se desligou da Comissão Especial Paritária.

Os motivos que o levaram a renunciar não foram revelados. O editor deste blog admite, no entanto, que o constrangimento que atingiu Adauto teria sido motivado pela divulgação de entrevista pela qual esclareceu aos ferroviários da extinta RFFSA, o andamento dos trabalhos relacionados às perdas salariais.

Entendemos que Adauto se sobrepôs à censura, divergindo do posicionamento de alguns membros da Comissão.

Eis o comunicado:

“Aos nossos amigos leitores do Blog do Abelha. Estou deixando a Comissão Especial, mas a Associação Mútua se fará presente e continuará na luta através de nosso Diretor Previdenciário, Odevar, que será, doravante, nosso interlocutor nas discussões. Mesmo distante, continuarei disponível para o que for necessário a fim de conquistarmos os nossos direitos.

Deus permitiu que pudesse, ainda como membro da Comissão Especial, postar em meu último artigo publicado no blog ferrovia vez e voz, tudo que aconteceu e o estágio em que se encontra o Processo das perdas salariais.

Muitos de nossa classe, aqueles mais sofridos que vivem condições falimentares, tiveram a partir da publicação, uma ideia de como está o nosso pleito. Assim, sem vender ilusões, estão informados de que existe uma luz no final do túnel. Embora com muita tristeza, peço desculpas pela delonga de informações, arrependido que estou por não a ter feito isso há mais tempo. Era o que tanto ansiava, mas nos sentíamos tolhidos.

Aqueles que após a publicação elogiaram e aqueles que nos criticaram agradeço. Faz parte do exercício da democracia.

Registro minhas desculpas aos que não consegui satisfazer suas ansiedades. Dei tudo de mim dentro da Comissão. Não a favor de categorias, mas da classe ferroviária como um todo, que se encontra em desespero e agonia. Se mérito existe pelo que até o momento conseguimos avançar, este pertence a todos os integrantes da Comissão Especial que deram continuidade ao trabalho iniciado em 2014 pelo ministro Hélio Regato, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários – FNTF

Eu que ando pela periferia de B.H. testemunho esta angústia e insegurança do ferroviário para o dia de amanhã. Os salários dos aposentados a cada dia se deterioram por não serem reajustados na data base de 1º de maio, como deveria, aplicando-se a íntegra da correção monetária a cada ano. Em outras cidades também a situação é a mesma de muita insegurança. Há três anos sem qualquer reajustamento, além dos que, subjugados, para não perder tudo, tivemos de aceitar índices abaixo da inflação reconhecida pelo governo, impostos, perversamente, por nossos interlocutores.   

Divergências e pensamentos contrários dentre as lideranças que compõem a Comissão Especial, sempre existirão. Devem ser discutidas à exaustão,  principalmente, quando é representada por alguns poucos, doutos em negociações, que procuram fazer prevalecer, quase sempre, as suas opiniões.

Torço muito por um final feliz de nossa Revisão Salarial, muito pela Comissão e seus membros que ali se encontram. Devem merecer confiança de todos e como nunca a perdi, peço que tenham fé e esperança, como sempre tive.

Continuaremos com muita honra, firme e forte, como Presidente da Associação MÚTUA da Leopoldina; Secretaria Geral da FENAFAP e Diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários – FNTF esta,  com amplo apoio do Ministro Hélio Regato a quem muito agradecemos.

É importante testemunhar a todos que a legitimidade do processo foi pela FNTF. De vez que, quando fomos desarquivar o processo, a VALEC estava representada por três pessoas. A primeira coisa que eles perguntaram foi se a FNTF estava presente. Eu me apresentei como diretor da FNTF. Eles acataram. Tudo indicava que o interesse deles era negar o desarquivamento, pelo fato de a base interessada não estar representada. É importante fazer justiça a FNTF que sempre nos apoiou e orientou, além do mais foi quem iniciou os trabalhos da então Comissão Paritária e conseguiu em 2014, que a VALEC reconhecesse as perdas salariais.

Deus é o Senhor da Razão…!!! A gente se encontra por aí. Ferroviário está sempre junto de Ferroviário. Adauto Alves.”