Por Genésio Pereira dos Santos
“Uma andorinha só não faz verão, é o ditado popular. O dinâmico e operoso prefeito de Miguel Pereira, André Português tentou dar sequência ao projeto de voltar a circular na jurisdição do município, um trem turístico (automotriz), como em anos passados circulou o de passageiros (trem azul), entre MP e Conrado. Trata-se, nessa tentativa, de um investimento alto, para um pequeno de 4,5km, entre a sede e o 2º distrito de Governador Portela. Na “linha” do pensamento recomenda que é melhor perseguir-se uma extensão maior, na busca de interesses mastodônticos econômico-turísticos, que se estendam os objetivos e se alijam a uma Frente de Prefeitos formada pelos de Japeri, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Paraíba do Sul e Três Rios.
Essa Frente se faz necessária, pelos múltiplos aspectos político-econômico-financeiro-turístico-logísticos, o que seria mais consentâneo, pois a união faz a força para se conseguir o “desideratum” coletivo, em benefícios, óbvio, das populações dessas comunas.
No Estado de Minas, a Assembleia Legislativa criou a Frente de Prefeitos de Viçosa, Ubá, Cajuri, Guiricema e Dona Euzébio, com vista a evitar que a malha de 8,6km das alterosas, seja invadida por predadores do patrimônio ferroviário; seja vilipendiado por completo, por roubos dos materiais ainda existentes.
O deputado estadual, João Leite (ex-goleiro do Atlético) foi autor do PL nº 5.190/18, aprovado pelos seus pares, foi transformado na Lei nº 23.230/18, que tem como escopo transformar as ferrovias de Minas em patrimônio cultural do Estado.
A Frente, tenta transferir cerca de R$340 milhões para conservação do que resta e vai bater às portas da Agência Nacional de Transporte Terrestres-ANTT e espera contar com o apoio do ministro de Infraestrutura, Dr. Tarcísio Freitas. A malha mineira passa por vários municípios.
Aqui no Estado do Rio, foi apreciado o veto aposto pelo governador, ao PL nº 12.252/2012. A ALERJ derrubou-o transformando-o em Lei nº 8.210/2018, assegurando, assim, ao Município de Miguel Pereira a ser incluído no rol de exploração turística, tendo-se em conta a classificação dada pela UNESCO de 3º Melhor Clima do Mundo.
O mote deste artigo é incentivar, tal qual os prefeitos mineiros, a criar-se aqui em nosso Estado, a Frente Fluminense de Prefeitos para a recuperação da malha ferroviária da Linha Auxiliar, pois, ter-se-á consideráveis frutos de toda ordem.
A verba pretendida “nasceu” da indenização recebida pela ANTT (União), em decorrência da devolução de 775km concessionados pela Ferrovia Centro Atlântico-FCA. Através de Resolução da Agência. Para desenvolver o projeto fluminense, existe a perspectiva de liberação de 250 milhões do mesmo nascedouro, para as obras de recuperação, aqui pelas bandas do sul fluminense.
Entendo que nunca é feio copiar-se os bons exemplos e as boas medidas de outrem no campo individual (pessoas) e “individuado” (coisas materiais). Neste caso Minas visou o desenvolvimento do turismo do Estado, em última instância, com a medida da AL/MG.
Pela malha da Linha Auxiliar, até antes de ser criminosamente erradicada, circulavam dezenas de trens de carga transportando grandes tonelagens de insumos e um fluxo considerável de trens de passageiros (turistas), entre Três Rios e Japeri; bons tempos!
Resta, agora, os prefeitos darem-se às mãos, reunir esforços, prestígios políticos, recursos através da ANTT e mais o que couber, tudo isto pavimentado pelo sentimento de humildade de cada qual, dentro dos interesses da Frente, no sentido coletivo, “colocando-se para debaixo do tapete,” os de ordem pessoal de cada qual, individualmente, e os de cada município, em caráter individual, frise-se.
Por certo, as várias entidades de classe, os movimentos ferroviários e as Ongs não regatearão apoio a ideia, que passa a ser de todos os ferroviários e ferroviaristas no contexto do modo ferroviário.