Colaboração do engenheiro Manoel Geraldo Costa,inventariante da extinta RFFSA

Há 10 anos em obras, a ferrovia poderá ser devolvida ao governo por falta de capacidade da CSN. Só 600 quilômetros dos mais de 1.700 saíram do até hoje.

O alto endividamento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) poderá ser mais um argumento para o governo Federal intervir na obra da ferrovia Transnordestina. No terceiro trimestre desde ano, a dívida chegou a R$ 25,8 bilhões e a siderúrgica colocou em prática um plano de desinvestimento para sanear o caixa e está a procura de um sócio. A situação financeira da empresa reforça o discurso da União de que não há viabilidade econômica para que a ferrovia continue sendo controlada pela CSN.

Após 10 anos em construção, a Transnordestina continua inacabada e o investimento segue se multiplicando. O orçamento inicial era de R$ 4,5 bilhões e a projeção é de que alcance R$ 11,2 bilhões, numa obra com conclusão prevista para 2020. Dos 1.752 quilômetros de extensão, que deveriam ligar os Estados de Pernambuco, Piauí e Ceará, apenas 600 km saíram do papel e boa parte está se deteriorando. A obra foi lançada pelo ex-presidente Lula em 2006 e deveria ter sido entregue desde 2010.