Edição Luis Fernando Salles – Estagiário
O desregramento na condução de obras de infraestrutura impõe prejuízos bilionários ao País. É preciso que se convençam todos: um dos grandes entraves que impedem o Brasil de vencer o atraso e tornar-se produtivo em setores vitais não é propriamente a falta de obras de infraestrutura, mas o desregramento e a falta de zelo na gestão dos dinheiros públicos que se verifica nos empreendimentos em curso.
Obras existem, mas fora dos esquadros e balizamentos técnicos exigidos. Muitas estão viciadas desde o seu início, por licitações suspeitas. Quando os vícios são expurgados dos processos licitatórios e os empreendimentos são iniciados, o que se vê em seguida é o descumprimento flagrante dos cronogramas de execução. E haja aditivos – sempre milionários – celebrados nos contratos.
Um dos últimos e estarrecedores exemplos de obras de infraestrutura que contemplam a mais notória falta de zelo pela transparência está na construção da FERROVIA Transnordestina, recentemente objeto de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).
A FERROVIA, de 1.753 quilômetros, deve ligar o município de Eliseu Martins (PI) e os portos de Suape (PE) e Pecém (CE). A obra é privada, mas conta com farta parcela de recursos públicos, tanto por meio de financiamentos subsidiados quanto por aporte direto do governo federal, que é sócio do projeto. Do orçamento total, hoje em R$ 11,23 bilhões, menos de 30% são de recursos privados.
A fiscalização descobriu uma série de irregularidades que conduzem a uma conclusão – óbvia e lógica: o governo “perdeu o controle ”sobre a obra, que começou há quase dez anos, mas segue sem perspectiva concreta de conclusão e com custo quase três vezes – repita-se, três vezes – superior ao previsto originalmente.
A FERROVIA pertence à Transnordestina Logística, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional. O relatório do Tribunal aponta que a CSN
jamais cumpriu as metas de produção pactuadas. Mesmo assim, não foi adequadamente punida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A empresa deveria ter entregue em 2006 e 2007 os estudos de engenharia, mas isso não ocorreu. Ao contrário, os projetos só foram encaminhados bem mais tarde, a menos de seis meses do prazo combinado para a conclusão da obra, ainda assim em “versões preliminares”.
De acordo com o cronograma vigente, 16 lotes da FERROVIA já deveriam ter sido entregues, mas apenas seis ainda estão em execução e quatro nem sequer foram contratados, o que coloca em xeque a conclusão da FERROVIA no fim deste ano. Segundo a ANTT, foi aberto processo administrativo para apurar “eventual” descumprimento dos prazos acordados.
O mais assustador é imaginar que tantas outras obras estão na mesma situação que a Transnordestina.
Fonte: O Liberal – Belém – PA

ESCULHAMBAÇÂO.
Não sei, se é exatamente esse,o adjetivo para descrever o desenrolar da obra citada, esta obra nasceu viciada desde o inicio, em 1990 quando a empresa responsavel era a própria RFFSA,já na montagem do primeiro canteiro de obra,na Cidade de Salgueiro/PE, relatório do TCU na época já indicava desvio, sendo a obra então paralisada, agora essa tal ANTT, não fiscaliza absolutamente nada, haja visto todo patrimônio da RFFSA, delapidados e abandonados pelos atuais concessionários, e nada acontece, então quem vai nos socorrer?
CurtirCurtir
Prezado João Batista
Enquanto o interesse dos administradores da coisa pública se voltar a obter vantagens desonestas o custo das propinas em nossas obras recairão semore pesadamente nas costa do povo.
CurtirCurtir
Começaria pelos representantes dos órgãos responsáveis pela criação destas “Agencias”, ditas fiscalizadoras, colocando-as nos trilhos da seriedade no trato da coisa Pública. Restabelecendo os verdadeiros fins. Ou, o equívoco foi cria-las. Realmente, a quem vamos recorrer, se nos tratam como sendo da ANTT. Só que, da “Agencia Nacional dos Tontos e Tolos”. Digo isso pela tamanha transparência da omissão e nada acontece.
CurtirCurtir
Paulo Pessoa
A nossa voz há de surtir efeito em favor do restou das nossas ferrovias.
CurtirCurtir