Ao longo de quase dois anos, as obras da Linha 3 do VLT ocuparam a Avenida Marechal Floriano, no Centro do Rio de Janeiro. À época, os comerciantes da região estavam entusiasmados, vislumbrando que a chegada do meio de transporte carioca à localidade iria atrair novos clientes.
Porém, não foi isso que aconteceu. Desde que a linha foi inaugurada, em outubro de 2019, o panorama do comércio local, ao invés de melhorar, piorou. Numa região ocupada por diversos prédios históricos, muitas lojas encontram-se fechadas e, por isso, muitos comerciantes pedem o encerramento da passagem do VLT pela via.
Para o VLT passar pelo local, os pontos de ônibus que ali ficavam foram retirados, e isso diminuiu a quantidade de pessoas que por ali transitam.
Desde 1943 presente na Avenida Marechal Floriano, a Casa Nair, tradicional loja de artigos esportivos da região, perdeu de 30 a 40% de clientela com o VLT.
“Antes, as pessoas podiam estacionar aos sábados, e todas as lojas ficavam abertas. Não tinha loja vazia ou para alugar, como agora, que você pode escolher como quer a loja, grande, média, pequena, metade”, lamenta Junior Ferreira, um dos donos da loja.
E essa situação em relação aos pontos de ônibus tem explicação. Anteriormente, as pessoas pegavam o meio de transporte nas calçadas. Agora, com o VLT, os pedestres passaram a andar pelos trilhos, isto é, passando longe das lojas, tornando-as menos atrativas vistas à distância.
“Para o comércio foi horrível, no sábado fecha quase todo mundo. Nunca vi um Natal tão ruim quanto o desse ano, o pior de todos. Nós resistimos porque somos muito antigos e vendemos para um público específico, mas, se a área do VLT virasse estacionamento e calçadão, seria muito melhor. Pode pegar esse trenzinho aí, colocar em outro lugar para a gente voltar ao normal”, enfatiza Junior.
Fonte: Diário do Rio; Diário do Porto