Pesquisa e edição por Luis Fernando Salles
A indústria ferroviária brasileira está passando por uma fase de retração. O presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), Vicente Abate, afirmou em recente entrevista, que não há previsão de compras no segmento de passageiros para 2019. Neste cenário, Abate não descarta a possibilidade de haver desemprego no setor a partir deste ano, caso não sejam feitas novas encomendas e haja perda de faturamento.
-Uma das alternativas realmente é perder mão de obra, que é o que a gente tenta evitar ao máximo, mas, no fim, acaba tendo que adequar o nível de produção ao nível de mão de obra” — disse. Abate afirmou que existem trabalhos adicionais de manutenção e sinalização previstos, porém, não representam financeiramente tanto quanto seria a construção de carros novos.
O setor está atravessando um período difícil por conta da falta de encomendas pelo setor de cargas pelo menos os últimos três anos. Segundo Abate, a situação se agrava pelo fato de o tempo entre a encomenda e o início das entregas ser relativamente longo, de aproximadamente um ano e meio.
Não é a primeira vez na história da indústria metroferroviária no Brasil que crises econômicas aliadas à falta de investimento em transportes sobre trilhos levaram o setor a grandes dificuldades, inclusive com o fechamento de grandes marcas.
Fundada em 1944 pelo empresário Lauro Parente, a Mafersa – Material Ferroviário S.A., foi um dos grandes nomes da indústria brasileira de carros de trens e metrô, peças, equipamentos e conjuntos. A empresa, que chegou a ser estatal a partir de 1964, deixou de operar completamente no final dos anos 1990. Outra companhia que também marcou a história e sentiu o descaso com os trilhos, fator somado a outros problemas, foi a Cobrasma – Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários. A empresa também foi fundada em 1944, pelo empresário Gastão Vidigal, para responder à impossibilidade de o Brasil importar materiais ferroviários, motivada pela Segunda Guerra. A empresa cresceu tanto que atraiu investimentos estrangeiros e de operadores de concessões ferroviárias. Mas, com o tempo, a ferrovia foi deixada de lado nos investimentos públicos e planos de mobilidade e a empresa sentiu esta escolha. Em maio de 1998, a Cobrasma saía de cena. Interessante que, como já havia mostrado o Diário do Transporte, tanto Cobrasma como Mafersa conseguiram uma sobrevida investindo na produção de ônibus. Um dos destaques da Mafersa foi o M-210 Turbo e a Cobrasma é ainda muito lembrada pela fabricação dos primeiros trólebus que operaram no Corredor Metropolitano ABC, entre a cidade de São Paulo e a região do ABC Paulista.
A FNV – Fábrica Nacional de Vagões, fundada por Getúlio Vargas em 1943, também foi outra grande indústria brasileira do setor ferroviário. Após participar de grandes projetos entre os anos 1950 e 1970, a empresa também sentiu a nova realidade dos transportes brasileiros. A empresa foi assumida pela AmstedMaxion no início dos anos 2000, quando já havia diversificado os ramos de atuação. A FNV também atuou na produção de ônibus.
A Companhia Industrial Santa Matilde, fundada em 1916 para objetivo de explorar minério de manganês na região de Conselheiro Lafaiete (MG), entrou no ramo ferroviário em 1926, inicialmente reformando carros e vagões. A Santa Matilde atuou em diversos ramos, como de máquinas agrícolas e desenvolveu carros. A empresa também se propôs a fabricar carrocerias de ônibus, entre 1991 e 1995, também com um projeto em 1997, mas os coletivos não agradaram o mercado. A Santa Matilde teve a falência decretada em 2005.
Estas e outras empresas têm suas próprias histórias: apostas erradas, má administração, alianças com grupos nacionais e internacionais que não tiveram sucesso. Cada empresa tem um quadro que colaborou para os respectivos fechamentos ou incorporações. Mas, em todos os casos, a queda de investimentos na ferrovia foi preponderante para o destino que estas empresas tiveram.
Fonte: Diário de Transporte

VALEC tem novos Conselheiros e Diretores
Tomaram posse hoje (30) novos integrantes do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva da VALEC durante a 6ª Reunião Extraordinária do Consad. Os novos conselheiros haviam sido eleitos durante a 31ª Assembleia Geral Ordinária da empresa, que aconteceu na segunda-feira, 29.
Irão compor o Consad o Chefe de Divisão da Secretaria Executiva do MInfra, Alex Augusto Sanches Trevizan, como representante do Ministério da Infraestrutura, em substituição a Anderson Angelo de Oliveira e; Paulo Cézar Rabelo, representante dos empregados da VALEC, substituindo Gabrielle Fernandes Cerqueira.
A Diretoria Executiva da VALEC passa a contar com novo Diretor de Administração e Finanças, o Auditor Federal de Finanças e Controle Paulo de Tarso Cancela Campolina de Oliveira, que anteriormente atuava na Coordenação-Geral de Programação Financeira da Secretaria do Tesouro Nacional. Campolina substitui Leyvan Candido na DIRAF e, interinamente, Marcus Expedito Felipe de Almeida na DIROP . Na Diretoria de Engenharia, o novo titular é o Especialista em Infraestrutura Sênior José Luis Vianna Ferreira, que atuava anteriormente na Diretoria de Planejamento da EPL – Empresa de Planejamento e Logística. Vianna assume interinamente a Presidência da VALEC.
O Consad e a Diretoria Executiva da VALEC passam a ter a seguinte composição:
Consad
Membros titulares: Alex Augusto Sanches Trevizan, Noel Dorival Giacomitti, Andrey Goldner Baptista Silva, Paulo Cézar Rabelo e José Luis Vianna Ferreira
Diretoria Executiva
Presidente (interino) e Diretor de Engenharia: José Luis Vianna Ferreira
Diretor de Administração e Finanças e Diretor de Operações e Participações (interino): Paulo de Tarso Cancela Campolina de Oliveira
Diretor de Planejamento: Márcio Guimarães de Aquino
Reestruturação da VALEC
O novo Conselho de Administração estabeleceu como um de seus principais objetivos a reestruturação da VALEC. Caberá ao corpo técnico da empresa propor formas inovadoras e em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Infraestrutura para o aperfeiçoamento da VALEC no cumprimento de suas funções institucionais. De acordo com Trevizan, “o MInfra vê como prioritário o desenvolvimento do modal ferroviário e conta com a VALEC para executar com excelência essa missão”.
Conselho Fiscal também tem novos integrantes
Durante a 31ª Assembleia Geral Ordinária, também foi eleito novo membro do Conselho Fiscal: o Diretor do Departamento de Transporte Ferroviário do MInfra, Ismael Trinks, como membro titular representante do Ministério da Infraestrutura, em substituição a Fernando Furiatti Saboia. Foram reeleitos para o Confis: Mario Augusto Carboni, integrante titular representante do Tesouro Nacional, e Adriano Oliveira Chaves como seu suplente; Júlio César Gonçalves Corrêa, titular representante do Ministério da Infraestrutura, tendo como suplente Fabio Luiz Lima de Freitas e; Ana Patrizia Gonçalves Lira, como suplente de Ismael Trinks.
FONTE: VALEC
CurtirCurtir
Uma pergunta. Essa nova equipe vai olhar para a nossa situação? Aposentados e pensionistas? No aguardo de um retorno.
CurtirCurtir
Ainda vão levar uns cinco meses, aprendendo como funciona a Empresa,mais três ou quatro meses, se inteirando sobre o “retraço”dos ferroviários da rffsa e fepasa, que estão sujeitos ás suas ordens, ai então vão chamar os sindicatos, para dizerem que não tem nada a oferecer.
CurtirCurtir