Pesquisa e edição por Fernando Abelha
Comentários da senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu (PDT-TO) – Adriano Machado
A Ferrovia Norte-Sul é assunto relevante que merece a atenção e o interesse dos brasileiros. Mais: deve ser motivo de preocupação. O projeto completo da ferrovia, iniciado na década de 1980, foi estruturado para torná-la a espinha dorsal do sistema ferroviário brasileiro, conectando as zonas produtoras centrais aos principais portos de escoamento.
Infraestrutura e logística são fundamentais: dão competitividade e permitem custos menores de frete que se refletem, na ponta, em preços mais baixos ao consumidor.
Pelo valor estratégico e pelo elevado custo no bolso do contribuinte (cerca de R$ 17 bilhões), a Ferrovia Norte-Sul deveria atender ao interesse público, garantindo mais competitividade ao Brasil. Só que não.
Foi um erro o leilão realizado pelo governo, que concedeu a gestão de toda a Norte-Sul por 30 anos, mas não garantiu o direito de passagem para múltiplas empresas. Com mais empresas usando a ferrovia, haveria mais concorrência, mais empregos e menor “custo Brasil”.
Em países avançados, as vencedoras desse tipo de leilão são obrigadas a dar direito de passagem para as outras empresas em até 30%.
Aqui, fizeram um leilão permitindo 30 anos de concessão e o direito de passagem assegurado é de apenas cinco anos, com um volume de toneladas que beira o ridículo. Ninguém investirá no transporte ferroviário.
O governo se diz liberal, mas, permitiu reserva de mercado, o que ajudou a concentrar o frete do país. Na malha ferroviária concedida, dois terços dos trechos estão abandonados. As duas empresas só investem nos rentáveis.
Para se ter uma ideia do impacto, enquanto o custo operacional por mil toneladas por quilômetro na rodovia é de R$ 36, na ferrovia é de R$ 6.
Em nome do interesse público, entrei na Justiça solicitando a ampliação do uso da ferrovia porque considero uma questão de Estado.
Não podemos repetir o erro de criar um novo monopólio, a exemplo da JBS. Somos testemunha do que foi a formação desse grupo que quase destruiu a pecuária brasileira.
As exportações do setor agrícola brasileiro já ultrapassam US$ 102 bilhões ao ano, com superávits comerciais anuais superiores a US$ 88 bilhões. Estima-se que a safra agrícola, neste ano, alcançará 230,7 milhões de toneladas. Apenas 10% transitam pelas nossas ferrovias.
O maior responsável por este êxito é o agricultor. Graças a ele, nossa agropecuária é mundialmente reconhecida. Foi uma conquista de anos e anos de trabalho.
Se o governo não pode ajudar, que não venha atrapalhar com leilões restritivos, que não garantem a concorrência nem o aumento da produtividade.
Fonte: Folha de São Paulo, Revista Ferroviária

Acho que esta ferrovia, deveria ser administrada pelo governo federal, garantindo o direito, de todas as empresas, transitarem com seus trens por ela, o governo receberia taxas, pelo direito de passagem dos trens.
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De nada serviu os procedimentos das empresas que arrendaram as linhas da RFFSA.
Paulo Henrique, de Santos Dumont, MG, tentou por anos permissão para fazer um trem de passageiros na região de Juiz de Fora, e não concederam faixa para circulação do trem. Paulo Henrique morreu e não viu seu sonho realizado embora tenha conseguido todo material rodante. Formou uma equipe.
Continuam Atos Oficias contra a Nação Brasileira.
Só Deus para intervir.
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