Pesquisa e edição por Fernando Abelha
Com audiências no Tribunal de Contas da União (TCU), Supremo Tribunal Federal (STF) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Frente Nacional pela volta das Ferrovias (Ferrofrente) defendeu mudanças no projeto nacional para o modal ferroviário.
Entre outras reivindicações, o objetivo do grupo, formado por representantes da sociedade civil, é angariar apoio entre as autoridades para ampliar a participação das ferrovias no transporte de carga e passageiros. “A greve dos caminhoneiros demonstrou o quanto é danosa ao país a nossa dependência do transporte rodoviário. Toda nação com economia forte possui um projeto estruturado de ferrovias, exceto o Brasil”, argumenta José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da Ferrofrente, para quem a renovação antecipada das atuais concessões de ferrovias, que está sendo pleiteada pelos grupos que detêm esses direitos, é uma grande ameaça.
Hoje, o transporte de passageiros por via ferroviária fora das regiões metropolitanas é praticamente inexistente. José Manoel aponta a falta de interesse dos atuais operadores como um dos fatores que colaboram para esse cenário.
“Nossa proposta é que o modal ferroviário responda por pelo menos 35% do transporte de passageiros no país”, afirma. “Para que isso ocorra, é preciso garantir o direito de passagem, relativizando a exclusividade de quem detém as concessões”, completa.
Ele acredita que se o Brasil sinalizar uma mudança de prioridades, o país poderá atrair grandes investimentos para o setor ferroviário. “Temos um mercado potencial enorme o suficiente para promover investimentos na indústria ferroviária brasileira e a abertura de licitações internacionais bastante concorridas para os trechos existentes, que inclusive poderão trazer novas tecnologias nessa área para o país”, defende José Manoel.
A Ferrofrente prepara documento a ser entregue ao futuro presidente da República com alternativas à renovação antecipada das concessões do setor.
Um novo marco regulatório para a concessão de ferrovias é um dos pontos cruciais da proposta.
Paralelamente, o grupo está solicitando medidas cautelares para suspender as renovações de concessões, com a exigência de audiências públicas antes de cada resolução. É o caso da renovação de concessão da Malha Paulista, antecipada em agosto. Ela venceria em 2028, mas será prorrogada para até 2058, a se confirmar a proposta já aprovada pela ANTT. O processo de renovação, contudo, depende da aprovação no âmbito do Ministério dos Transportes, e é exatamente junto ao Ministério que a Ferrofrente vem atuando no momento.
Fonte: Portogente, Revista Ferroviária, Internet

Prezado Jornalista Abelha.
Depois das “privatizacoes” as ferrovias, reduzidas de uma forma espantosa, se tornaram meras correias transportadoras dos produtos das empresas que se associaram para “arrendar” as antigas linhas férreas da RFFSA.
Elas ganham é nas vendas dos produtos delas.
Logo, só com mudanças nos governos federal e estadual esse modismo poderá ser modificado.
O Brasil, por sua extensão territorial, merece uma malha ferroviária atuante e muito produtiva.
Passageiros também têm o direito de se deslocarem por esse meio de transporte. Basta ver o que ocorre nos outros países.
CurtirCurtir
Prezado companheiro
A sua narrativa é a expressão da verdade. Existe um compromisso formal, capitaniado pelo engº Greraldo de Castro de BH, de um dos candidatos a Presidente da República em dedicar atenção aos ferroviários e as ferrovias. Vamos aguardar os resultados para cobrarmos a promessa caso ele seja eleito.
CurtirCurtir
Que saudade do elétrico barrinha,do trem de aço,para apareçida do norte,do trem de madeira,para o Rio de janeiro. a nossa ferrovia,é igual a nós, seres humanos,nasçe,cresçe e morrem.
CurtirCurtir
Nilson
Ser ferroviário é um estado de espírito. Somente nós entendemos o amor que a ferrovia nos passa.
CurtirCurtir