Por Fernando Abelha
Os meses se sucedem e lá se vão 141 dias que os ferroviários da extinta RFFSA aguardam que a desentendida VALEC – Engenharia se digne a sentar-se com as lideranças sindicais da base da Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários – FNTF, entidade de classe que detém a legitimidade para defender os interesses da classe.
O que é de estarrecer são os ouvidos moucos dos gestores da estatal VALEC e do Ministério dos Transportes que permanecem surdos e ignoram, totalmente, o grito de angústia da classe ao ter os seus salários congelados em desrespeito aos índices da inflação divulgados pelo governo.
Os ferroviários no ano 2000 eram mais de 100 mil distribuídos pelo Brasil, nos mais longínquos rincões. Trabalhadores abnegados que sob sol e chuva transportaram, por mais de um século, a nossa produção agrícola, industrial e extrativista, além de alguns milhões de passageiros, anualmente. Hoje, a classe, entre ativos, aposentados e pensionistas está em torno de 65 mil vidas, a quase totalidade com idade superior aos 70 anos. Com uma média de 4 mil óbitos por ano, em cerca de 16 anos possivelmente estarão todos se despedindo do Planeta Terra. Indaga-se: Por quê tanta mesquinhez para conceder um mísero reajuste anual o que deveria ser de imediato na data base da categoria? As perdas da remuneração, desde a transferência dos ferroviários em atividade para a abjeta VALEC, em 20 anos, já ultrapassam, em muito, os 50%. Desta maneira, se este é o propósito dos gestores da Estatal e do Ministério dos Transportes para os ferroviários, nos dias atuais com salários médios em torno de R$ 1500, os 16 anos projetados ao extermínio de todos será menor, pelo fato de que na sua grande maioria, já não detêm recursos para comprar medicamentos e até mesmo alimentos, sem falar no plano de saúde de autogestão que o governo federal de 2003 a 2008, aniquilou. A partir daí os gestores da VALEC e políticos que assumiram o Ministério dos Transportes estarão radiantes de terem cumprido a sua meta para aniquilar, além da RFFSA, também os seus ferroviários.
Para os que ainda sobrevivem resta, apenas, aguardar que o Superior Tribunal do Trabalho-TST, histórico justiceiro, marque a audiência de mediação com os gestores da VALEC, conforme pleito interposto pela FNTF no decorrer do mês de agosto. A classe está esperançosa que os 141 dias já transcorridos, não se estendam a 1.410, conforme vem ocorrendo na última década.

Infelizmente, os nossos poderosos, sejam políticos ou empresários, só estão preocupados em manter seus postos, ameaçados pela descoberta de tanta corrupção, não tendo tempo em se preocupar pelos trabalhadores, aposentados ou não, que fazem possível este Brasil riquíssimo, que ainda sobrevive, apesar dos bilhões roubados da classe.
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Luciano
Em todos os sentidos é triste o momento que vivemos. Onde iremos parar em um país sem memória. Os ferroviários são um exemplo da falta de memória dos nossos governantes. Durante mais de um século transporftaram riquezas da nossa produção agrária, e industrial, além de carrear as montanhas de minério de Minas Gerais para outros países. Hoje, quando mais necessitamos, na velhice, somos renegados a um plano inferior. Isto é uma vergonha…
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simplesmente tremenda falta de respeito ao ser humano e aos direitos adquiridos por lei. Predominando a omissão e a injustiça com uma classe trabalhadora que muito contribuiu para o progresso de nosso País
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DD: DR. FERNANDO ABELHA.
1º. A pouco tempo atras, solicitei a V.S. respeitosamente se erá
possível, informar-me qual é o valor correspondente ao salário
do nÍvel 235 da tabela da extinta RFFSA, que é paga na CBTU ,
a seus empregados; infelizmente até hoje na obtive resposta ,
sei da luta diária de V.S.., em favor da classe ferroviária, mais
porem , essa informação poderia ser obtida junto a FNTF, Òr
gão que não tenho acesso, agradeço a atenção de V.S. para me
u pedido, uma vez, que o processo de minha aposentadoria, foi
feita de mameira equivocada;
2º. Também, gostaria de saber porque o relatório da Comissão
que institui a comissão paritária, com membros da classe dos –
ferroviários e representantes da VALEC , nunca teve o seu teo
r divulgado, para conhecimento da classe ferroviária; existe jor
nal de órgão de classe, que poderia fazer essa publicação, erá-
só a FNTF, fornecer cópia desse relatório, aos órgão que tem o
jornal informativo acho essa situação um dever de lealdade, po
is SMJ, tal assunto não se trata de nenhum segredo de Justiça.
Obrigado pela sua atenção, e peço desculpas por incomoda-lo.
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Prezado Carlos
Não há o que se desculpar.
Obtive com a Associação Mútua uma tavela de cargos e salários da CBTU para lhe informar. No entanto, ao examiná-la detalhadamento observei que estava desatualizada.
Não tenho muita experiência em agir com a internet mas, o nosso companheiro Francisco Mattos indicou o acesso ao portal de transparência da CBTU que você poderá obter maiores informações.
Quanto ao Relatorio da Comissão Paritária o asunto está sub-judice fato que acredito ser do entendimento da FNTF manter alguma reserva para que não prejudique o andamento das ações políticaqs e judiciais em andamento com o objetivo de resgatar as nossas perdas salariais.
Este blog, quando idealizado, teve o objetivo de se transformar em um forum de debates, aberto a todos os colegas ferooviários, parlamentares, líderes de classe e outros seguimentos da República para setornar um veículo de proteção a classe como um todo e ao que restou das nossas ferrovias. Daí, as vezes ser um opouco demorada a resposta de pedidos pessoais que podem obter atendimento através dos órgão de classe, por ser obrigação deles praticar um bom atendimentro.
Meu abraço e obrigado por participar.
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Clique para acessar o remuneracaobasica_2017_agosto.pdf
PORTAL DE TRANSPARENCIA – CBTU
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