Revista Ferroviária – Brasília recebeu nesta quarta-feira (27) a primeira edição do Conexão ANPTrilhos, promovido pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos). O encontro reuniu lideranças do setor metroferroviário, representantes dos governos federal e estadual, parlamentares, executivos da iniciativa privada e especialistas para discutir os rumos da mobilidade sobre trilhos no Brasil.
A diretora executiva da ANPTrilhos, Ana Patrizia Lira, abriu o evento reforçando o papel da entidade como articuladora de soluções e destacou a necessidade de acelerar investimentos e avançar em políticas públicas. “Estamos criando juntos o futuro da mobilidade no Brasil. Um futuro mais rápido, mais seguro e, acima de tudo, mais sustentável”, afirmou.
Patrizia destacou ainda os quatro pilares centrais do evento — planejamento estratégico, marco legal moderno, novos mecanismos de financiamento e transporte ferroviário regional —, defendendo consensos que acelerem a implementação de políticas públicas. “A mobilidade é mais do que deslocamento; é qualidade de vida, é economia de tempo, é sustentabilidade ambiental. O desafio que enfrentamos é grande, mas temos condições de transformar essa realidade em poucos anos se houver comprometimento coletivo”, disse.
O presidente do Conselho Administrativo da ANPTrilhos, Joubert Flores, ressaltou a importância do setor como indutor de desenvolvimento. “Projetos como os nossos são programas de Estado, de longa duração. Nosso papel é colocar alguns tijolinhos nessa catedral que vamos continuar construindo para oferecer transporte público de qualidade e sustentável”, afirmou.
Autoridades destacam integração e financiamento
Entre as autoridades presentes, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antonio Anastasia, defendeu segurança jurídica para atrair investidores. “Não podemos mais conviver com a insegurança jurídica que afasta investidores e compromete a qualidade dos serviços públicos. Precisamos de contratos modernos, transparentes e capazes de entregar resultados efetivos para a sociedade”, disse.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, enfatizou a centralidade do usuário e defendeu a integração modal. “O sucesso do transporte público está na integração de modais, que garante eficiência, reduz custos e melhora a qualidade do serviço para quem utiliza o sistema diariamente”, declarou.
O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, alertou para o desafio do financiamento. “Sem novos mecanismos de financiamento e subsídios bem estruturados, o transporte público corre risco de colapso. Precisamos enfrentar esse debate de forma técnica e responsável, olhando para o longo prazo”, afirmou, acrescentando que o governo busca estratégias para priorizar projetos de maior impacto social.
O diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, destacou o andamento dos estudos para novas ligações ferroviárias e citou o projeto Brasília–Luziânia como o mais próximo de audiência pública. Já Luciene Machado, superintendente de Estruturação de Projetos do BNDES, apresentou dados do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, iniciado em 2023, que consolidou uma carteira de 200 projetos prioritários até 2054.
Debates e compromissos
O evento contou com cinco painéis temáticos, que abordaram desde planejamento de longo prazo e integração modal até marco legal, transporte ferroviário regional e mecanismos de financiamento. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, apresentou estratégias locais para expandir a oferta de transporte sobre trilhos no estado.
Para os organizadores, a primeira edição do Conexão ANPTrilhos evidenciou que a expansão da malha ferroviária, a atualização do marco legal e a criação de modelos de financiamento sustentáveis são pontos centrais para garantir competitividade e qualidade de vida nas cidades brasileiras.
“O encontro é o nosso gesto de virar a chave e construir juntos o futuro da mobilidade no Brasil”, concluiu Ana Patrizia Lira.
O evento completo está disponível no canal oficial da ANPTrilhos no YouTube.

Num País continental como o nosso onde a cultura é desativar ferrovias , em que vendem toda nossas matéria primas (minério , alimento , madeira , etc) mas que não processam nada , onde ninguém pensa a logo prazo , onde temos políticos em todos os setores , que gastam mais em campanhas para se elegerem , que irão ganhar durante seus mandatos , é difícil ver uma luz no fim do túnel.
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Antonio Carlos
Verdade…
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