Mobilidade Estadão – Dez anos após o surgimento da ideia, o primeiro trecho do Trem Rio-Minas vai sair do papel. O trajeto pretende ligar Minas Gerais ao Rio de Janeiro através de malha ferroviária e se tornar o maior trem turístico do país, com 167 quilômetros de extensão. A princípio, serão 37 km de trajeto.
Veja o trajeto do trem Rio-Minas
O trem vai ligar as cidades de Três Rios (RJ) e Sapucaia (RJ), passando por Chiador (MG). Eventualmente, há possibilidade da expansão desse trajeto no futuro, englobando outros municípios dos Estados.
Segundo a OSCIP Amigos do Trem, Paulo Henrique do Nascimento, fundador da organização e idealizador do Trem Rio-Minas, originalmente visualizou um itinerário de 168km. De início, estava previsto a passagem por Cataguases, Leopoldina, Recreio, Volta Grande, Além Paraíba, Sapucaia, Chiador e Três Rios.
Parceria público privada
Em 11 de dezembro, a empresa VLI e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Movimento Nacional Amigos Do Trem assinaram um Contrato Operacional Específico (COE). A cerimônia de assinatura aconteceu na sede do Ministério dos Transportes, em Brasília.
Ao passo que o contrato estabelece a parceria público privada, o documento segue para a Agência Nacional do Transporte Terrestre (ANTT), responsável pela análise e autorização da operação.
Enquanto isso, as quatro locomotivas cedidas pela VLI devem ser transportadas para Três Rios, onde as operações devem iniciar. O prazo para o envio das locomotivas é de 120 dias após a assinatura do contrato.
Além das locomotivas, a VLI, empresa responsável pela Ferrovia Centro-Atlântica, também cedeu uma oficina ferroviária em Recreio (RJ), pátios e linhas de manobra. Bem como realizou a recuperação da via permanente do trecho, com a substituição de 5.000 dormentes. De acordo com a VLI, o investimento foi de R$ 40 milhões só na manutenção do trecho.
Já a gestão das operações ficará sob responsabilidade da ONG Amigos do Trem.
Segundo o CEO da VLI, Fábio Marchiori, existe a possibilidade da empresa participar de novas operações similares caso a Ferrovia Centro-Atlântica consiga a renovação da concessão. “A devolução de trechos não operacionais prevista na proposta de renovação antecipada da Ferrovia Centro-Atlântica poderá originar novas possibilidades de operação similares, uma vez que a concessão é vocacionada para o transporte de carga geral”, afirma o CEO.

Acredito que o único trem turístico que deu certo no Brasil até hoje, após a transferência do transporte de massa para o de cargas, foi o da Serra Gaúcha, entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, com um índice impressionante de turistas, e pagando um preço até um pouco caro pelo passeio que dura um dia inteiro. Mas muito bem planejado.
Vários outros já foram tentados, mas sem sucesso, assim como o que ligava Barra Mansa a Angra dos Reis (Trem Verde – assim era chamado).
O turismo por trem no Brasil Continental só terá sucesso, quando reconhecerem que essa utilização da malha centenária não mais surte efeito.
Acho que até para os trens de cargas, não há muita eficiência visto seus raios de curvaturas e necessidade de velocidade reduzida em quase todas extensões.
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