Alcir Alves de Souza
Um fato que mostra o estado de submissão a que chegaram as entidades representativas dos ferroviários. Infelizmente, temos que ser críticos. Aplausos? A quem? Um abatimento moral que transcende aos nossos olhos. A INFRA S/A, além de soberba, denota ser mal assessorada, a ponto de se deixar conduzir, está à mercê da SEST (uma secretaria do Ministério da Gestão e Inovação), que se sobrepõe e dita ordens à estatal. Se age respaldada em alguma nova lei, não se sabe. À primeira vista, parece um achincalhe.
Atribui-se a tudo isso à Reforma Trabalhista do senhor Michel Temer, carreando a impressão de cumplicidade com a classe empresarial. O foco principal, era tirar dos trabalhadores um direito que lhes era legítimo: O poder de negociação com os patrões. E conseguiu-se. Atualmente, na hipótese de divergência, estão impedidos de recorrer, de levar o dissídio ao TST, instância máxima da Justiça do Trabalho, salvo se DE COMUM ACORDO.
Mas, nem tudo está perdido. Afinal, ainda contamos com essa mesma JUSTIÇA (ironicamente, se poderia dizer), que é a jurisdição competente para outros fins. Os dirigentes de federações, de sindicatos e até de associações sabem disso. O que os impede, então, de agirem, de cerrarem fileira em defesa da classe? Ainda que separados, se não houver consenso. Não há que se falar em ética, mas de prevalência, e esta traduz-se no respeito àqueles a quem representam.
As Leis nos8.186/1991, 10.478/2002 e 11.483/2007, que conhecemos tão bem, estão aí, em plena vigência. As provas de que se dispõem são muitas, e robustas, os fundamentos fáticos e jurídicos convincentes a qualquer juiz. Estamos com uma perda nos ganhos que, possivelmente, ultrapassa de 60%, nesses últimos vinte anos. Passivamente, se convive com isso, sem confronto com os órgãos do Governo, diretamente responsáveis, que sabem e conhecem bem a fragilidade atual, das nossas entidades sindicais.
Os aposentados e pensionistas ainda depositam suas esperanças na FENAFAP, uma federação criada com um único fim, defender e lutar pelos direitos dessa classe tão aviltada. Mas, nesse sentido, de se notar, à evidência, que a entidade não tem mais se empenhado, ultimamente. Porta-se como um vulcão adormecido.
Rio de Janeiro, 09 de fevereiro de 2024.
ALCIR ALVES DE SOUZA
Ferroviário aposentado

Concordo plenamente com o Dr. Alcir! Estamos nas mãos de políticos mal intencionados, que não respeitam as leis e de representantes de classe que comem nas mãos destes político.
Não entendo, até hoje, o porquê de não judicializarmos???
CurtirCurtir
Parabéns Dr. Alcir
CurtirCurtir
Apenas um pequeno equivoco. A Lei é 8186/1991.
CurtirCurtir
Passou o carnaval, mas o bloco das ilusões continua firme e forte. Neste bloco onde todos, inclusive os aposentados da RFFSA, têm a ilusão de que as pessoas eleitas ou nomeadas vão cumprir as LEIS, mesmo sob juramento. “A nossa vida” virou “um carnaval, agente brinca escondendo a dor” acreditando que a máscara dos que NÃO cumpri com as Leis, um dia cairão. Até quando.
CurtirCurtir