Prefeito Eduardo Paes quer fazer operação semelhante à realizada com Edifício A Noite, na Praça Mauá

A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) aguarda a prefeitura do Rio apresentar formalmente uma proposta de intenção sobre a Estação da Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho, tombada desde 1926 e que sofre a deterioração causada pelo abandono. Ontem, pelas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes (PSD) pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que lhe entregue a “velha e linda” estação para recuperá-la: “Até topo pagar, mas dado é melhor ainda. Bora?”, escreveu Paes.

Em resposta a pedido feito nas redes sociais pelo prefeito do Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a negociação da medida “não precisa ser pelo Twitter” e que Paes pode sempre “ligar ou marcar uma conversa.”

“Querido Eduardo Paes, não precisa ser pelo Twitter, você sempre pode me ligar ou marcar uma conversa para falarmos e trabalharmos juntos pelo nosso Rio de Janeiro”, escreveu o presidente.

Em resposta a Lula, também no Twitter, Paes disse que seu objetivo era pedir ajuda da ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, que fez contato com ele. O prefeito disse que o presidente tem muita coisa para resolver e só o chateia por telefone ou pessoalmente em casos urgentes:

“Mas eu queria era pedir ajuda da Ministra Ester e o superintendente do SPU já fez contato. Funcionou! O senhor tem muita coisa pra resolver. Só te chateio pelo telefone ou conversa qdo é questão muito urgente! Sei bem que o Rio conta com o senhor! 💪💪💪💪💪💪”, replicou Paes.

A proposta do Rio

Procurada, a prefeitura do Rio não respondeu quando pretende apresentar a proposta ao governo federal. Em setembro, o EXTRA antecipou que Paes quer implementar na Leopoldina uma operação parecida com a que fez com o edifício A Noite, na Praça Mauá. O primeiro arranha-céu do país foi comprado pelo município por R$ 28,9 milhões da União e vendido cinco meses depois por R$ 36 milhões divididos em 34 parcelas. O imóvel será convertido em um residencial de 447 apartamentos.

— Nossa ideia é conceder para a iniciativa privada o terreno inteiro (da Leopoldina), porque tem potencial imobiliário. E a gente daria algum uso para a estação propriamente dita; uso cultural, público. Estamos negociando ainda. O fato é que aquilo nas mãos do governo federal está há anos parado, e sabemos que vai continuar assim se permanecer com a União — disse Paes, na época.

O destino da estação vive um imbróglio judicial há anos. A União ficou de apresentar ainda este ano um projeto de restauração estimado em R$ 25 milhões após firmar um acordo com o Ministério Público Federal em uma ação judicial que se arrasta há dez anos.

Em paralelo, a Câmara do Rio aprovou na semana passada um projeto de autoria da prefeitura que ampliou até São Cristóvão as regras de construção do Porto Maravilha. Isso dará mais flexibilidade para novas construções na região, que abre a área onde fica a Leopoldina.

Fonte: O Globo