Por Alcir Alves de Souza

Um fato que não deveria acontecer, mas que, infelizmente, vem acontecendo, nos últimos anos, por conta da inércia ou falta de sensibilidade dos dirigentes de Federações e Sindicatos afiliados, que, inexplicavelmente, não se preocupam em informar à classe sobre notícias do seu interesse.

As últimas atuações dessas entidades a respeito da proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (2023/2024) a INFRA S/A, em nada avançaram de positivo. Há uma semana, graças ao prestígio do querido jornalista e redator deste BLOG, souberam-se da prorrogação do ACT (2023/2024), para 31/10/2023. O que se espera é que, nessa nova tratativa, Deus ilumine as cabeças das partes interessadas, levando-as a um consenso que resulte em propostas justas e concretas.

Os   órgãos, diretamente envolvidos, como a INFRA S/A, o Ministério dos Transportes e outros, eventualmente, têm de ser pressionados, cobrados a resolver a questão da atualização dos salários e proventos dessa tão injustiçada categoria. As entidades não podem nem devem se deixar levar por embromação.

Maldita REFORMA TRABALHISTA, o empresariado faz o que quer, desobrigado de ir a DISSÍDIOS; os órgãos federais, aos quais incumbe cumprir o que determinam as leis, garantidoras dos nossos direitos, idem. Atualmente, os dirigentes sindicais, com menos influência à frente de suas entidades, parecem evitar enfrentamentos.

Concomitantemente, e, por outro lado, recorre-se a ajuda de membros do Poder Legislativo. É compreensível. Mas, vejo como um ledo engano pensar-se em resultados positivos. Existem políticos que são como as raposas velhas, profissionais de várias legislaturas, argutos, gostam de conquistas, da manutenção do poder, mas não são afeitos à queima de cartuchos, se não lhes trazem vantagens pessoais (votos). Exemplo disso: o ex-senador JORGINHO MELLO (atual governador de Santa Catarina), a deputada federal LAURA CARNEIRO e, por fim, o senador PAULO PAIM. São figuras simpáticas, receptivas, jamais dizem não a quem os procuram; gostam da mídia, de estar em evidência.

Já faz algum tempo, entregou-se, a cada um deles, após larga exposição, cópias de documentos, que comprovam os nossos angustiantes problemas. De ressaltar que os dois últimos encontros, a princípio, foram positivos, tiveram repercussão, com fotos, apresentações, apertos de mãos e até discursos. Os parlamentares prometeram cada qual, a seu modo, ajudar a resolvê-los. Sobre o assunto, no entanto, nada mais se soube a respeito. Os ferroviários, espalhados por diferentes regiões desse imenso BRASIL, pouco ou nada representam em termos de votos. Eis a verdade.

Estamos nos primeiros dias do mês de novembro, próximo do limiar de um novo ano. O que nos resta, então, é esperar por mais um mísero reajuste, retroativo a maio/2023 (data base), a ser concedido, sabe DEUS quando, pela INFRA S/A. A fome não espera muito menos a doença. De ano para ano, são muitas as perdas de vida, de companheiros, companheiras e de familiares, inclusive, em razão dos fatos que já se conhece. Ganhos (Proventos/pensões) aviltantes, muitas vezes aquém do salário mínimo.

ALCIR ALVES DE SOUZA

Ferroviário/Advogado