G1 – A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) cobrou informações da empresa responsável pelo trem turístico que ficou quase dez hora preso na Serra do Mar em Morretes, no litoral do Paraná.

Em ofício enviado à Serra Verde Express, a agência reguladora questiona qual foi o atendimento prestado aos mais de 930 passageiros durante e após a interdição da ferrovia, além de outras informações sobre o incidente.

A ANTT também enviou ofício para a Rumo Malha Sul, concessionária responsável pela ferrovia utilizada pelo serviço turístico, questionando quais eram as condições da via no dia da interdição, qual foi o atendimento prestado aos usuários do serviço turístico, e outros detalhes do episódio.

A Serra Verde Express confirmou o recebimento o ofício, disse que o procedimento é protocolar e que irão responder com a máxima urgência. A empresa disse que desde o episódio tem prestado esclarecimentos à agência e que abertura de procedimento administrativo para formalização do pedido de informações é algo normal.

A Rumo informou que desde o incidente está em contato com a ANTT prestando informações.

Relembre o episódio

De acordo com a Serra Verde Express, o trem possui 22 vagões e saiu de Curitiba com destino a Morretes, no litoral, e parou por volta das 11h em um ponto a cerca de quinze quilômetros do destino diante de galhos e árvores nos trilhos.

A Prefeitura de Morretes esclareceu que o trem que saiu às 8h30 da capital e não conseguiu chegar ao destino por conta da queda das árvores. Segundo o município, o veículo ficou parado próximo à estação Engenheiro Lange em Porto de Cima, e Morretes.

Segundo a companhia, em 26 anos de operação, “é a primeira vez que um incidente meteorológico causa uma paralização tão longa neste percurso turístico”.

A empresa afirma que, além da tripulação, havia 932 passageiros no trem. Após quase dez horas parado, o veículo retomou a circulação e chegou na Estação de Morretes por volta das 21h.

Ao desembarcar, a companhia ofertou alimentação aos passageiros, que foram levados de ônibus e vans para Curitiba.

‘Tinha gente desmaiando’

O engenheiro Adams Richard é um dos passageiros que ficou preso no trem. Ele estava com a família fazendo o passeio e contou que pessoas chegaram a passar mal.

“Nunca pude imaginar uma situação completamente sem controle como foi essa. Nós ficamos mais de 10 horas dentro do trem com criança de dois anos de idade. Começamos a ver pessoas ali que estavam chorando de medo. No outro vagão tinha gente desmaiando… Foi o caos,” disse.