G1 – As ações conjuntas da Supervia com as polícias Civil e Militar não têm sido suficientes para combater o furto de cabos no sistema de trens. A quantidade de fios levados pelos ladrões quase triplicou desde o começo da Operação Estação Segura, em abril do ano passado.

Imagens da concessionária mostram ladrões mal conseguindo carregar a quantidade de cabos roubados da linha do trem. São fios de sinalização, de comunicação e até de alimentação do sistema.

O prejuízo é da empresa, mas principalmente dos passageiros que convivem com atrasos e interrupções.

O problema é que isso tem acontecido cada vez com mais frequência. Entre fevereiro de 2022 e março de 2023, a Supervia registrou 1.701 ocorrências de furto de cabos em seu sistema — são mais de quatro furtos por dia.

E de abril de 2022 a fevereiro de 2023, foram 124 quilômetros de cabos levados pelos ladrões — 3 vezes mais do que a quantidade levada no período anterior (43 km).

Esse aumento ocorreu exatamente no período em que o Governo do Estado implantou o Programa Estação Segura, criado, inclusive, para coibir o furto de cabos. O prejuízo foi de R$ 12 milhões.

O Ramal de Deodoro aparece no topo do ranking de ocorrências de furtos, e os trechos mais problemáticos são entre as estações de Riachuelo e Engenho Novo e entre Engenho de Dentro e Quintino.

A Supervia diz que investiu mais de R$ 40 milhões em segurança no ano passado, mas o problema só aumentou.

A Polícia Militar disse que deteve 37 pessoas na Operação Estação Segura no último ano.

A Polícia Civil disse que já fiscalizou 400 ferros-velhos, prendeu mais de 100 pessoas ligadas ao esquema criminoso de furto de cabos e apreendeu mais de 350 toneladas de materiais.

A Secretaria de Estado de Polícia Militar disse que, nos últimos doze meses, também apreendeu facas, pistolas, três fuzis, duas granadas, munições, drogas e cabos, em operações do Programa Estação Segura. E que tem grupos de trabalho com órgãos públicos e concessionárias para encontrar formas de combater os furtos.

Além de participar desses grupos, a Secretaria de Transportes disse que tem se reunido com a Associação de Recicladores do estado para combater a receptação de materiais sem procedência, como o cobre queimado.