Por Fernando Abelha
O desânimo está se apossando deste escriba. Ferroviário da antiga, sempre acreditou ter participado de uma Empresa Estatal que lhe garantiria pelo menos, uma velhice equilibrada financeiramente, após mais de 40 anos de trabalho dedicados ao transporte ferroviário. Para tanto bastava que fizessem cumprir a legislação que disciplina a paridade aos ativos e aos vencimentos da categoria, de aposentados e pensionistas, aplicando, anualmente, a correção monetária pelos índices do governo.
Ledo engano…
A empresa RFFSA respeitava seus empregados. Pagava em dia seus vencimentos de acordo com o Plano de Cargos e Salários, e aplicava, anualmente, a correção inflacionária. De repente, “os sábios” estrategistas governamentais, resolveram extinguir a RFFSA e entregar seus 28 mil quilômetros de linhas, material rodante, oficinas, depósitos, estações, fazendas de eucaliptos para produzir dormentes, à meia dúzia de concessionárias, enquanto que seus valores humanos, foram transferidos por sucessão trabalhista à empresa VALEC Engenharia, então carimbada pela histórica corrupção e inoperância.
Todos sabem que as concessionárias transportam apenas suas cargas unitárias por alguns seguimentos de linhas ferroviárias herdadas da extinta RFFSA e que, economicamente, lhes interessam, assim transferindo a carga geral aos caminhões, verdadeiros vagões muitas vezes com mais de nove eixos, que destroem rodovias e põem em risco motoristas de carros menores, além de se constituírem em verdadeiros cartéis ameaçando o equilíbrio de abastecimento dos grandes centros consumidores.
Por sua vez, essa malfadada VAEC, hoje INFRA, perversamente vinha dificultando os reajustes salariais dos ferroviários da extinta RFFSA., enquanto que o restante do patrimônio físico das ferrovias que já fora considerado o maior do País, foi jogado ao relento, apodrecido, saqueado e invadido. Sábios patriotas governantes!,,, Ninguém é responsabilizado por este crime de lesa-pátria ?
Se não bastasse, o patrimônio humano, esquecido e desprezado desde a implementação do Plano Real, pelos últimos governantes de esquerda e da direita, que nada fazem e ou fizeram em respeito ao patrimônio histórico das ferrovias extintas e ao respeito humanitário à uma categoria obreira que por mais de um século contribuiu ao engrandecimento do País.
Embora os mais de 60 mil ferroviários da extinta RFFSA, entre aposentados e pensionistas, estejam jogados ao limbo, resta a esperança de que os novos governantes ( INFRA e Ministério dos Transportes) reconheçam o valor dos ferroviários, façam justiça ao patrimônio humano e ao que restou do patrimônio físico das ferrovias extintas.
Diz o ditado popular: quem espera sempre alcança mas, desespera quem espera sem esperança.
Até quando?
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