Correio do Estado – O governo federal trabalha com prazo para que no fim deste mês sejam especificados dados como tempo de investimento, prazo de reativação e volume de carga necessário para que seja possível a reativação da Malha Oeste, trecho de ferrovia que liga Corumbá ao estado de São Paulo (cidade de Mairinque, e depois o Porto de Santos).
Estudo da Empresa Brasileira de Logística (EPL) apresentado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) ainda em 2021 apontou que o investimento privado necessário para reativar o ramal de 1.765 km é de R$ 14,9 bilhões, distribuídos ao longo de 15 anos.
Esse levantamento fez parte do indicativo de carteira de projetos potenciais necessários para viabilizar a logística na fronteira Brasil-Bolívia. A ferrovia ainda representa uma via da Rota Bioceânica ferroviária, ligando o Brasil, via Bolívia, Argentina e Chile, aos portos da Ásia. De todos esses países, só no território nacional os trens estão inoperantes.
A via por trilhos é apontada por especialistas do Itamaraty envolvidos na questão da Rota Bioceânica como mais viável atualmente, porque já está em operação nos demais países da América do Sul, faltando atualmente acordos binacionais para permitir que as cargas possam transitar nessas regiões de forma mais célere.
Com relação ao estudo da EPL, que foi demonstrado em Corumbá em novembro de 2021, uma série de análises foi levada em conta para se formar o diagnóstico logístico do Estado para o período de 2020-2035. Além de Corumbá, outros municípios também tiveram análises realizadas.
Quem gerenciava o trecho da Malha Oeste era a empresa Rumo, que, após acionamentos por órgãos de fiscalização, foi indicado que não estava providenciando a manutenção e decidiu entregar a concessão, em julho de 2020.
A privatização da Malha Oeste aconteceu na década de 1990, mas sem fiscalização não houve os investimentos necessários. Primeiro veio a Ferrovia Novoeste S.A., em julho de 1996. Em julho de 2008, a Novoeste passou a ser controlada pela América Latina Logística (ALL). Em 2015, houve processo de fusão com a Rumo Logística.