BRASILIA, BRAZIL - OCTOBER 22: (L-R) President of Brazil Jair Bolsonaro and Minister of Economy Paulo Guedes  Andressa Anholete/Getty Images

Veja – Funcionários da empresa de ferrovias Valec estão chateados com o atual governo. Em meio aos temores de que a união de Bolsonaro com o PL atinja negativamente a empresa, uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, no final de semana agravou ainda mais a situação.

A Valec foi marcada por grandes escândalos de corrupção no passado. Sob a influência do partido de Valdemar, a empresa foi usada para a prática de vários crimes. Em 2018, por exemplo, a Polícia Federal e o Ministério Público deflagraram a operação Trilho 5x, que investigava um esquema de corrupção envolvendo a ferrovia norte-sul. Nos últimos anos, no entanto, a empresa se reergueu e deixou os escândalos para trás.

É exatamente por isso que a aproximação de Bolsonaro com o PL nos últimos dias deixou os funcionários da empresa pública preocupados. O temor nos bastidores é de que o “casamento” coloque o partido novamente no controle da empresa e os esquemas de corrupção voltem a acontecer.

Para piorar a situação, o ministro Paulo Guedes afirmou no domingo que a Valec deveria ser fechada e classificou a empresa como um “centro de corrupção”.

A declaração gerou um mal estar “gigante” dentro do órgão, segundo fontes afirmaram à coluna. Para funcionários da empresa, a fala do ministro é totalmente desconexa da realidade da Valec.

A atual equipe estaria trabalhando por uma gestão transparente exatamente para afastar o histórico de corrupção da empresa e a fala de Guedes faz parecer que as coisas não melhoraram por lá nos últimos tempos. Um delegado e uma promotora foram chamadas para participar da equipe numa espécie de compliance interno.

Mais uma vez, o atual governo produz uma crise desnecessária por falas atrapalhadas. Enquanto isso, a união de Bolsonaro e Valdemar segue sendo uma incógnita e pode atrapalhar não só o trabalho que está sendo feito na Valec, como pode atingir negativamente várias outras áreas do governo.