Por Fernando Abelha

Em 07 de setembro de 2022, ano que vem, o Brasil comemorará 200 anos da sua independência de Portugal, ocorrida no mesmo dia de 1822. Infeliz da Nação que não preserva a sua cultura. Deixa apagar seu passado pelo descaso, em prejuízo das novas gerações.
Assim está sendo com suas edificações históricas, arrastando ao obscurantismo as imagens das nossas origens primitivas, sejam indígenas, negras, colonizadoras e emigratórias. Os que aqui se encontravam em 22 de abril de 1500, e os que para aqui vieram proporcionar o nosso desenvolvimento, da colonização aos dias atuais.
O que os desgovernos, criminosamente fingem ignorar, é que a Estação Barão de Mauá, (foto), mais que centenária, hoje em frangalhos, foi a sede da Estrada de Ferro Leopoldina, primeira ferrovia do País que marcou o desenvolvimento nacional e recebeu este nome em homenagem à princesa regente Maria Leopoldina, mulher tão importante para independência.
Pesquisas de registros políticos registram que, em 02 de setembro de 1822, a austríaca Maria Leopoldina, na condição de princesa regente, assinou o decreto que deixou o Brasil independente de Portugal. Ela usou seus atributos de chefe interina do governo em reunião com o Conselho de Estado, ocasião em que o documento foi assinado.

Ao caráter sui generis da Independência Brasileira, se soma o fato de ter sido tutelada por uma mulher, mesmo em contexto da época, quando a política era dominada, austeramente, por homens.
A princesa assim agiu ao receber ordem expressa da Coroa Portuguesa exigindo o retorno imediato de Dom Pedro I a Portugal, Leopoldina declarou em documento a independência do Brasil que, posteriormente, foi ratificada pelo príncipe regente.
Essa mulher fantástica, nascida na Áustria em 1797, casada com o príncipe regente D. Pedro I, filho do monarca português D. João VI, fruto de conluio entre os reinados, por acordo político com o governante austríaco, pai de Maria Leopoldina. Ela viveu, apenas, 26 anos de amor ao Brasil.
No segundo reinado já de Pedro II, iniciou-se a revolução agrária/industrial no Brasil, com a construção da primeira ferrovia. De início, Estrada de Ferro Mauá e, posteriormente, Estrada de Ferro Leopoldina Railway Company que recebeu esse nome em homenagem à princesa regente Leopoldina, autora legal do Decreto da Independência, para o que contou com o apoio do ministro José Bonifácio. Pedro I, que se encontrava na província de São Paulo à negociar com militares apoiadores da Corte Portuguesa para manter o Brasil Colônia, e visitar Domitila, sua amante, agraciada com o título de Marquesa de Santos.
A ele, após ler o decreto assinado por Leopoldina, apenas restou a bravura do Grito do Ipiranga, “Independência ou Morte”
Passou um filme pela minha cabeça. O filme do início da história deste país. Bela e importante matéria pai, pois um país que não prezerva sua cultura é um país que perde sua identidade!!!!!
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Filha. Obrigado por suas generosas palavras
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Fernando sou honrado de merecer sua amizade. Vc é uma pessoa que passa pela vida deixando suas digitais de cultura e bom senso nos diversos ambientes em que atua e atuou. Parabéns por mais este trabalho!
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José Carlos Danelli
Caríssimo amigo.
Sinto-me agraciado por tão benevolentes palavras. Sou testemunha do seu carinho e empenho cultural no decorrer da sua vida pública.
Obrigado por participar.
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Muito triste para os ferroviários ver o estado que se encontra a gare de Barão de Mauá, tio. Sempre trabalhei próxima a ela e sempre a achei lindíssima. Lamentável estar assim tão abandonada. O abandono, na verdade, é generalizado..Espero que os nossos governantes olhem com carinho para nossa ferrovia assim como nos países desenvolvidos. O Brasil merece.
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Muito boa matéria ,tio. Esclarecedora. É muito triste para nós, ferroviários , ver o estado de abandono que se encontra a ferrovia ,em geral. A gare de Barão de Mauá é lindíssima. Espero que nossos governantes olhem com carinho e responsabilidade para nossa ferrovia assim como nos países desenvolvidos. O nosso Brasil merece.
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Conceição
Querida sobrinha
De fato a Estação Barão de Mauá é de beleza arquitetônica singular. Por 16 anos frequentei o escritório da E.F. Leopoldina onde respondíamos por seu Departamento de Relações Públicas e Assessoria de Imprensa. É triste quando por ali passamos, visualizar o estado deplorável de seu abandono.
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Professor,
Muito oportuno o seu artigo, num momento em que a preservação destes referenciais históricos deixam a desejar….
Transcrevo um texto do artigo de Débora Mutter, Ensino de Ciências e Tecnologias em Revista, Vol.II, n 4, jul/dez 2012, pág. 68, que diz:
“A cultura está em constante processo de modificação, pois nunca se verá os mesmos referenciais culturais nas diversas sociedades existentes. Assim, é de fundamental importância a preservação e a proteção destes referenciais, pois são eles que garantirão o entendimento e a valorização do patrimônio cultural. Grandes contribuições, sobre o patrimônio cultural vêm do professor francês Hugues de Varine-Boham, que aponta a necessidade de proteger os bens patrimoniais que representam cada cultura, dividindo-os em três categorias de elementos:
1.Recursos naturais: natureza e meio ambiente;
2. Elementos do saber fazer: o homem no meio ambiente;
3. Bens culturais: objetos, artefatos e construções
O conceito de Patrimônio não existe isolado. Só existe em relação a alguma coisa. Desse modo, podemos dizer que Patrimônio é o conjunto de bens materiais ou imateriais que contam a história de um povo e sua relação com o meio ambiente”
Quantos de nós ferroviários trabalharam em Barão de Mauá, ou quantas pessoas passaram por aquela simbólica estação e trazem na memória suas histórias de vidas?
Desde de criança ouço a frase: ” o Brasil é o país do futuro”, hoje aos 61 anos vejo que este futuro ainda não chegou! E se não preservamos nossas memórias e patrimônios culturais, esse tal futuro nunca virá!!!
Henrique Futuro
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Prezado Henrique Futuro
Engrandecedor o texto transcrito de Débora Mutter. Retrata a expressão da verdade sobre conceitos da preservação cultural de uma Nação que respeita sua história .
Obrigado por participar.
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Texto necessário, tio ! Que outras vozes, como a sua, possam soar alto, não deixando a memória de nosso país se esvair !
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Magda
Amor de sobrinha
Obrigado por tão carinhosas palavras.
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Meu querido mestre e amigo tenho o maior orgullho de ter sua amizade durante o nosso convívio na nossa querida Refer e ter continuado após sua saída um grande abraço
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Estimado Antônio
Em nossa convivência profissional na Fundação REFER aprendi a respeitá-lo por sua dedicação às causas do bem.
Obrigado por sua participação.
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Bela matéria, uma verdadeira aula de história tão necessária para que os jovens não passem pela antiga sede da Estrada de Ferro Leopoldina Railway Company ” e vejam ali apenas um prédio em ruínas. O brasileiro tem que ter orgulho da sua história mas para isso é preciso conhecê -la. Parabéns ao Blog “Ferrovia Vez e Voz” por essa contribuição muito oportuna.
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Agradecido por sua participação no blog com comentário oportuno e encorajador que nos transfere ânimo para tentar conscientizar aos poderosos à salvar a Estação Barão de Mauá. O descaso dos governantes é revoltante.
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Prezado professor JOÃO ABELHA, parabéns pelo texto. Muito oportuno porque, além da abordagem e do comentário crítico que faz sobre o estado deplorável atual, em que se encontra o prédio da extinta E. F. LEOPOLDINA , ainda nos premia, como mestre experiente que é, ao discorrer sobre os acontecimentos históricos que culminaram na Independência do Brasil, decretada pela jovem princesa LEOPOLDINA, posteriormente proclamada pelo Imperador. A realidade nos mostra verdadeiros patrimônios históricos em estado de abandono, ou destruídos, em virtude da falta de zelo das autoridades competentes, que, inoperantes, nada fazem para resolver tais problemas. A ignorância e o desconhecimento cultural, no sentido clássico, contribuem, decisivamente, para esse status quo, levando à indolência, inclusive à inércia.
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Estimado Dr. Alcir.
Triste imagem se testemunha da Estação Barão de Mauá, edificada no
Bairro Imperial de São Cristóvão.
O país que não preserva sua cultura perde a identidade.
Obrigado por participar.
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