Por Fernando Abelha

Enquanto os vários órgãos de classe da categoria dos ferroviários e metroviários não se pronunciam sobre as constantes denúncias de desmandos na Fundação REFER, recebemos do engenheiro Almir Gaspar, presidente da Associação dos Engenheiros da Estrada de Ferro Leopoldina, seguinte e-mail:

“Prezado professor Fernando Abelha

Saudações!

Mais uma vez venho através de seu blog comentar os desmandos por falta de gestão na REFER. Chega chamar atenção, as atitudes danosas que vinculam e comprometem cada vez mais a atual administração da REFER indicada politicamente pelo então governo do Rio de Janeiro, que tem sob seu comando a patrocinadora estatal Central Logística, detentora de uma cadeira de conselheiro deliberativo, como já exposto em seu texto, publicado em 01/07.

Da trama constou a articulação para promover a exoneração da diretoria no início de 2020, legalmente empossada. Foi montada na empresa Central uma transação golpista, com envolvimento do então Secretário de Transportes do RJ e seus assessores, para ocupação da presidência da REFER.

A exoneração da diretoria em janeiro de 2020, no primeiro ano de gestão dos quatro para os quais fora empossada após submeter-se a rigorosa seleção, com 84 outros ferroviários e metroviários concorrentes, como já é do conhecimento de todos, somente trouxe prejuízos para Fundação.

Apenas para relembrar. Essa desastrosa trama política ocorrera após uma Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo – CODEL, que redundou em outra convocação de Reunião Extraordinária para o mesmo dia. Ardilosamente, o conselheiro da Central que comparecera na Reunião Ordinária pela manhã, ausentou-se da Extraordinária. A sua suplente, sem ser convocada, impôs a sua presença, com o objetivo fim de exonerar a então diretoria.

A conselheira suplente trouxe a indicação pela Central, diga-se Secretária, de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, o nome do novo diretor-presidente da REFER no que foi acompanhada pela representante da CBTU, também com a indicação do Diretor de Seguridade.

Ainda atropelando o Estatuto Social e a legislação específica, até o momento, são apenas dois diretores que comandam a REFER, há 18 meses sem o diretor responsável pelo segmento Administrativo Financeiro e de Investimentos. Como moeda de troca contratam agora o Secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, exonerado recentemente pelo atual governador.

Como se não bastasse, foram demitidas algumas dezenas de técnicos competentes. formados em muitos cursos patrocinados pela REFER, e contratados novos empregados, sem o conhecimento necessário para exercerem tais funções, mas com grande “QI”.

A contratação do ex-Secretário de Transportes do RJ num momento em que a REFER passa por eleições para conselheiros deliberativo e fiscal é, no mínimo, temerária. Após tantas transações de caráter político, a classe ferroviária e metroviária, com certeza, encontra-se indignada com tais atitudes, com recursos oriundos das contribuições dos participantes. Basta ver quanto a REFER gastou em despesas administrativas, principalmente nas rubricas de pessoal e escritórios jurídicos terceirizados.

Como já foi dito no texto do dia 02/07 a REFER sob esta administração política, não atingiu as metas atuariais dos Planos de Benefícios. O Relatório Anual registra recuo de mais de 200 milhões nos recursos garantidores das aposentadorias e pensões. Daí, ser fundamental eleger conselheiros compromissados com os participantes.

É o momento de mudar o CODEL

para proteção dos nossos direitos

Jose Raimundo, (33) CODEL

Marcelo Costa (80) COFIS

Abraços,

Almir Gaspar

Presidente da AEEFL”