Por Fernando Abelha

Aposentados e pensionistas da extinta RFFSA, hoje cerca de 35 mil, permanecem à deriva, abandonados que estão pelas autoridades constituídas. Tudo negam e para confundir mais ainda, dividem nossa representatividade sindical, retirando assim a unidade que até então dava legitimidade a FNTF para todo o Território Nacional.

Consta que a VALEC assinou acordo com o Sindicato de Belo Horizonte por entender ser esta a sua base territorial, pelo fato de hoje encontrar-se somente em Brasília, após fechar os escritórios do Rio de Janeiro e São Paulo. Mais um golpe arquitetado contra os ferroviários da extinta RFFSA, por essa malfadada VALEC.

Em contatos mantidos com o Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários de BH, obtivemos a confusa informação de que “A Valec transferiu todos os seus empregados para Brasília. O STEFBH é o detentor da base territorial dos ferroviários em Brasília, ou seja, para os empregados da Valec/Valec, Valec/Geipot e Valec/RFFSA. Já há acordo assinado com a Valec para as três situações, conforme vontade dos trabalhadores em Assembleia.”

Após o permanente e decepcionante silêncio pelo Sindicato, certamente, como sempre acontece, esse acordo é de zero. Daí o perverso ausentismo do STEFBH. Perguntamos: que acordo e que Assembleia?  Nada é informado. Como ficam os demais ferroviários de outras unidades sindicais da Federação?

Vivemos verdadeiro caos de abandono, que clama uma imediata, verdadeira e permanente liderança.

Por outro lado, o processo dos 36% referente às perdas salarias, que teria o apoio da Presidência da República, saiu do Ministério da Infraestrutura para VALEC, conforme Ofícios: 578/2021/SE; nº308/2021/SE; Sei nº 83237/2021/ME, publicados no último sábado pelo blog. Está explicito nestes ofícios que inexiste posicionamento contrário ao pagamento das perdas salariais, reconhecida assim a legitimidade, o que nos é vantajoso no caso de ajuizarmos a demanda. Portanto, mais uma vez é reconhecido o direito da categoria, para que seja corrigida a atitude de recusar reajustes aos ferroviários da extinta RFFSA. Negativa praticada pela desventurada VALEC, que vem contrariando legislação específica e à própria Constituição Federal.

Pasmem, no entanto. A decisão do MINFRA é de que as correções fiquem sob o livre arbítrio da malfadada VALEC. Portanto, mesmo com o reconhecido do feito pelo MINFRA, graças ao verdadeiro empenho dos que lideram a Comissão Paritária Especial, voltamos à estaca zero. Saímos de um lugar para lugar nenhum. A VALEC dificilmente, por livre vontade, reconhecerá os nossos direitos. Assim tem sido.

Ferroviários e suas dezenas de lideranças, fazer o quê? Muitos defendem que somente nos resta entrar na justiça e assim tentar reconquistar os nossos legítimos direitos. Entendemos, no entanto, antes de mais nada, ser necessária nova reunião com as lideranças: Federações, Sindicatos e Associações de Classe, como já ocorrido a cerca de dois anos, sob a liderança de Adauto Alves, presidente da Associação Mútua, a fim de definir se vale aguardar um pouco mais, na tentativa de ações e contatos com autoridades do governo, como já tem ocorrido, também por ações de Adauto Alves, ou impetrar de imediato ação na justiça para definir e fazer cumprir os nossos direitos legais. Somos favoráveis a agir judicialmente, mas entendemos ser necessário cautela até que se defina a proteção política, que já vem sendo costurada em Belo Horizonte por Adauto Alves.

No caso de ser decidida a ação judicial, o que certamente demandará muito tempo, como tudo mais em nossa lenta justiça, essa competência é dos que detém a legitimidade para o feito: Federações, Sindicatos e Associações de Classe. Aos ferroviários, somente resta esperar e acreditar em nossos líderes.

O silêncio é sempre decepcionante…