Por Fernando Abelha
Em face dos continuados comentários publicados no blog, sobre a necessidade imediata de se impetrar ação judicial para garantir a efetividade dos permanentes reajustamentos salariais dos ferroviários ativos, aposentados e pensionistas, conforme preconiza a legislação, a total falta de posicionamento dos órgãos de classe – Federações de Trabalhadores Ativos, Federações dos Engenheiros e dos Aposentados e Pensionistas, além de inúmeras outras Associações de Classe – o que não falta em nossa categoria profissional – que estranhamente silenciam mantendo-se em total passividade.
A nível de esclarecimentos e obtenção de informações, mantivemos contato com um dos diretores da Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários – FNTF. Nos foi esclarecido que o assunto vem sendo observado com muita preocupação e cuidado, em face das limitações que a Reforma Trabalhista impôs. Perguntado sobre a aplicabilidade da proposta do ferroviário aposentado e advogado Alcir Alves de Souza, comentário esse publicado no blog e que motivou inúmeros outros comentários sobre a proposta da imediata AÇÃO CIVIL PÚBLICA, com pedido de TUTELA ANTECIPADA, em face da UNIÃO e da VALEC (sucessora da RFFSA), nos foi dito que essa é uma das hipóteses que está sendo estudada.
No entanto, a mesma fonte afirmou que outras possibilidades são examinadas também, pelo corpo técnico da FNTF. No entanto, aduziu: é importante que não haja precipitações, seja observada a data correta de acionarmos a justiça, se for essa a decisão a ser tomada. Lembrou que a data base da categoria se aproxima e nova tentativa administrativa será posicionada. Assim, qualquer que seja a ação judicial que for adotada intempestivamente, poderá vir a prejudicar o nosso diálogo com a empregadora, ainda com possível solução, tendo como base o novo Acordo Coletivo do Trabalho a ser encaminhado no final de março, incluindo o pedido da recomposição das perdas salariais.
Por entendermos ser fundamental, reeditamos o posicionamento do ferroviário aposentado e advogado Alcir Alves de Souza, que entendemos representar uma possível iniciativa em favor de amainar a amargura que atropela aos trabalhadores ferroviários, que se sentem hoje perdidos e abandonados pelos os que deveriam estar à frente para garantir o direito constitucional da correção salarial anualmente, no mínimo pela inflação reconhecida pelo governo.
“Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2021.
Prezado prof. João abelha,
A contragosto, volto a enfocar o assunto objeto da carta que lhe enviei em 26/09/2020, sobre o qual o estimado professor, com elevada compreensão, mostrou-se solidário, apoiando a sugestão, posta ao final, de se promover UMA AÇÃO CIVIL PÚBLICA, com pedido de TUTELA ANTECIPADA, em face da UNIÃO e da VALEC (sucessora da RFFSA). Uma medida que, se levada a termo, além de prevenir direitos, poderá, sob a égide da lei, alcançar um desfecho rápido.
A publicação, ou não, deste texto, no seu prestigioso BLOG, ficará a critério do querido professor, sem constrangimento algum de minha parte. Como aposentado que sou, tal como os quase 60 mil companheiros e companheiras em estado de aflição, desejo muito, muito mesmo, que os nossos problemas sejam resolvidos logo.
Frustrou-me, todavia, o fato da ausência de manifestação por parte das entidades classistas, como a FNTF, FENAFAP, MÚTUA e AARFFSA, sobre um tema tão relevante. Uma pretensão justa, porque conhecer a posição ou a opinião de cada uma delas, por intermédio de seus líderes, é de suma importância.
O assunto abordado, entretanto, parece não ter sensibilizado os nobres dirigentes, eis que, decorrido quase quatro meses, não se dignaram a manifestar. A impressão que se tem, é que ainda não se atentou para o tempo que já se perdeu, e que continuará a se perder, se não for adotada, urgentemente, uma mudança de postura, com relação às negociações ora tratadas com autoridades do MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA (ao qual está vinculada a VALEC), órgão responsável, no organograma do atual Governo, pela resolução das questões de interesses dos aposentados e pensionistas ferroviários.
Há que se admitir que vivemos todos, há quase 20 anos, uma mesma realidade, ante os descasos dos governos anteriores e do atual. Estamos sem perspectiva, sem horizonte. O tempo vai se exaurindo e, o inevitável, todos envelhecemos mais, inclusive os nossos líderes. Continuo a pensar não ser de bom alvitre, nesse arrastar do tempo, fomentar tanta esperança, tanta expectativa, em torno de promessas, muitas das quais demagógicas, que tendem a não se cumprir. E quanto mais tempo se perde (quase três anos já se passaram), muitos dos nossos companheiros e companheiras, em extrema penúria, doentes e desnutridos, poderão vir a sucumbir, enquanto aguardam os míseros reajustes dos seus proventos e pensões.
O Governo do senhor JAIR BOLSONARO denota não estar a par dos desmandos da empresa VALEC, em seus deslavados comportamentos com relação à questão. Assim, sem que se dê as costas às negociações, ainda objeto de análises no âmbito da Secretaria Executiva do MINFRA (sem previsão de solução à curto prazo, portanto), INSISTO em dizer que uma AÇÃO CIVIL PÚBLICA (COLETIVA), com pedido de TUTELA DE URGÊNCIA (art. 300, do CPC) em face da UNIÃO e da VALEC (sucessora da RFFSA), ainda é o melhor remédio, como disse antes, no enfrentamento dessa caótica situação. E, para tanto, temos à nossa disposição, inegavelmente, as melhores “armas”, os melhores instrumentos, que são, além da nossa Constituição, as Leis Infraconstitucionais 8.186/1991 e 10.478/2002), determinantes no caso. Sem dúvida alguma, a postura e a posição do Governo tenderão a mudar, posto que terá um ônus muito maior, com os encargos que terá de cumprir.
Aos companheiros, porventura desavisados, esclareço que, em razão da sua natureza, tal procedimento é da alçada de entidades representativas, como as citadas inicialmente, por intermédio de advogado do próprio quadro, ou particular (um especialista, de preferência); ou do Ministério Público, se provocado. Com o devido respeito, peço desculpas aos dignos e esforçados dirigentes componentes da Comissão Especial Paritária, por insistir na abordagem de um tema sumamente importante.
Cordialmente,
Alcir Aves de Souza
O que me intriga é não só a mim, como a muitos outros amigos e porque não dizer sofredores como eu, é o ” medo” que os nossos representantes demonstram para com a VALEC. Sempre vem com uma justificativa que não devemos avançar para não atrapalhar. Até quando iremos ficar esperando a boa vontade de quem está claramente demonstrando descaso para essa causa? Aguardo retorno.
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O preço da liberdade é a eterna vigilância. Respeitamos todas as forças, mas é importante as lideranças se posicionarem em qual direção estão seguindo?
Novamente sentar à mesa de negociação do acordo coletivo com a mesma argumentação. Não será martelar no mesmo lugar?
Vamos acrescentar novos paradigmas e mudar para novas estratégias.
A pauta é, o que falta?
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Diálogo…Diálogo.. Pergunto qual diálogo? Prudência.. Qual receio?Esperar até Maio para ouvir um reajuste zero da Valec. Haja paciência!!!
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RESPEITO MUITO, AS OBSERVAÇÕES SEMPRE INTELIGENTES DO COMPANHEIRO ADAUTO ALVES, PORÉM QUERO DESTACAR QUE, NO MEU ENTENDIMENTO, A ”AÇÃO CIVIL PUBLICA COM TUTELA ANTECIPADA ”’ DEVE SER RESTRITA E TÃO SOMENTE ALCANÇAR OS FERROVIÁRIOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS, NESTE CASO, NÃO HÁ O QUE SE FALAR EM ” REFORMA TRABALHISTA” QUANTO A DATA CORRETA ,JÁ PASSAMOS DO TEMPO, VEJAM POR EXEMPLO A QUESTÃO DA CORREÇÃO DA TABELA, ACEITA EM MESA DE NEGOCIAÇÃO, MAS NUNCA IMPLEMENTADA, E NÃO HOUVE A PROVOCAÇÃO DA JUSTIÇA NESTES ANOS TODOS E SERIA BASEADO EM CLASSULA DE ACORDO COLETIVO DESCUMPRIDO, SE A FEDEREÇÃO NÃO PODE REPRESENTAR LEGALMENTE APOSENTADOS A FENAFAP PODE, ACHO ATÉ QUE UMA AÇÃO EM TRAMITAÇÃO, SERÁ SERÁ UMA CARTA NA MESA DE NEGOCIAÇÃO, PARA OS ATIVOS.
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A justiça será melhor caminho do que o afrontamento que a Valec nos vem impondo, Já vamos para o terceiro ano com migalhas que nos deram sem retroatividade, e maio, próximo, será o quarto dissídio. Parem de nos enganar!!!!
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Concordo plenamente com a colega Lucia de Pompéa Gomes. Conversa para boi dormir, esse papo da Federação sugerindo para que não haja precipitação numa possível ação judicial.
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Pelo anda a carruagem estão planejando o mesmo feito em 2019, juntando ACS, para nos enganar, com algumas migalhas, creio que já passou da hora de serem tomadas as devidas providencias junto a justiça, PGR, Policia Federal, orgãos do governo de proteção ao idosos, Audiencia pública junto ao senado ou camara dos deputados federal, para devida apuração , cansamos de tanta injustiça cometida por maus companheiros representantes juntamente com uma empresa que nada tem a haver com os ferroviários. PEDIMOS SOS ,SOS, SOS. ESTÃO NOS MATANDO.
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Concordo com o sr.Adeir Pereira.
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Sei bem o país que vivo. Mais minha pergunta é? A ” lei” ( com um certo deboche da minha parte) que ampara tanto a VALEC pode nos proteger? Tá difícil de entender tanta tolerância por parte dos nossos representantes. Quantos ainda precisam morrer sem ter condições de pagar um plano de saúde? Com direitos negligenciados.? Se podemos mudar o quadro vamos nos unir. Gostaria inclusive de pedir aqui ao prof. Abelha ajuda nesse sentido. Se poderíamos partir para um escritório de advocacia. Não conheço bem desse caso.
No aguardo de uma resposta. Abraços
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Lucia
A pressão é grande para que seja definida uma posição. Entendo que teremos de agir Mas, entendo também, que deveremos dar um crédito de confiança ao que obtivemos junto a FNTF. Vamos aguardar mais alguns dias.
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Que crédito a dar a essas Federações? Vão continuar a nos oferecer migalhas.! Alguém já fez as contas do que perdemos sem o pagamento dos retroativos e que maio de 2021 se aproxima mais um dissídio?
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Professor Fernando Abelha com todo respeito e consideração ao sr. e a esse maravilhoso espaço, esse crédito ja se esgotou a muito tempo, chegou o momento de tomarmos uma decisão, na verdade o que estão praticando não é de hoje uma tremenda covardia contra todos nós trabalhadores ferroviário aposentados, juntamente com uma empresa estatal que desde sua fundação considerada nociva aos cofres públicos que perdura até a presente as custa da desgraça do trabalhadores honestos e que estão sendo mascados no final de vida, diariamente perdemos companheiros não só pela idade mais tambem por problema de saúde sem apoio nenhum médico depois de haver contribuido anos para um plano que logrou a todos. Esta na hora im de procurarmos um escritório de advocacia pois não temos mais nada a esperar da representação, não confiamos mais. último caso vamos para rua.
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Prezado Adacir
Publico amanhã importante narrativa técnica de sua autoria que certamente ajudará a acelerar o processo.
Obrigado por participar
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