Por Fernando Abelha
A frase inserida como título desta matéria é a abertura de um poema do ferroviário, poeta e professor, Manoel Pereira Reis, Secretário Geral da Estrada de Ferro Leopoldina Railway, pelos idos de 1956.
Ela traduz toda angústia que sobressalta a categoria dos ferroviários da extinta RFFSA, cerca de 60 mil aposentados e pensionistas e uns poucos ativos, todos largados à própria sorte, testemunhando escorrer pelos dedos, todas as garantias sociais que foram conquistas no passado laborioso, sob a liderança do ferroviário Demistoclides Batista ( Batistinha ) e quando da gestão na presidência da RFFSA, do coronel Stanlay Fortes Baptista.
Batistinha, advogado e deputado federal por dois mandatos, quando presidente do Sindicato dos Ferroviários da Estrada de Ferro Leopoldina Railway, demostrou ser líder audacioso e amante da categoria, mesmo após 1964, preso pelos agentes do DOPS ( Departamento de Ordem Política e Social), sob ameaças de torturas, nunca entregou seus companheiros de luta. Acabou seus dias assassinado por jagunços ligados a proprietários de terras, tomadas de trabalhadores rurais no Estado do Espírito Santo, e na cidade fluminense de Cachoeiras de Macacu. A sua atuação como advogado incomodava aos poderoso latifundiários.
Na liderança dos ferroviários, sob a atuação de Batistinha, através de greves memoráveis, formadoras do Pacto de Unidade e Ação ( PUA), que uniam ferroviários, portuários e marítimos, a partir do final da década de 50, parava o Brasil, e em menos de 24 horas fazia cumprir a atualização dos salários das três importantes categorias dos transportes.
Stanley Baptista, aliado a Hélio Regato, pela Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários – FNTF reestruturou a então corroída Tabela de Cargos e Salários dos ferroviários, ajustando-a aos valores do mercado. Criou a Fundação REFER e deu início à transferência do Serviço Social das Estradas de Ferro – SESEF, da Vale do Rio Doce para a RFFSA. Foi o início do Plano de Saúde dos Ferroviários, tristemente abocanhado pelos então gestores da corrupção instalados no SESEF/PLANSFER, de 2003 a 2008.
Hoje os ferroviários estão sem o SESEF e PLANSFER, Plano de Saúde de autogestão, sempre superavitário que não dependia de subvenções da RFFSA. Uma benção para ferroviários e familiares que também escorreu entre os dedos malbaratados pela diretoria corrupta de então,
A paridade de vencimentos entre ativos e aposentados, instituída por duas Leis Federais, criminosamente, o então Ministério do Planejamento passou, sem qualquer motivo, a negar esse direito aos que se aposentaram após a extinção da RFFSA. Por sua vez, os salários dos ferroviários remanescentes da extinta RFFSA, transferidos por sucessão trabalhista para VALEC, a partir da mesma época, a cada ano, vem sendo reduzido, acumulando perdas superiores aos 50% em seus vencimentos em prejuízo de ativos aposentados e pensionistas.
Como se não bastasse, a Fundação REFER, entidade constituída e pertencente a 27 mil ferroviários e metroviários, entrou em uma fase de alto risco, quando a maioria dos conselheiros deliberativos, em trama sórdida, afastou no início de 2020, sem explicar o por quê e sem o direito de defesa, uma diretoria que vinha dando certo, com mandato de quatro anos, que conquistou os cargos por meritocracia, após submeterem-se com 84 outros ferroviários e metroviários, às provas de seleção. Portanto, sem qualquer interveniência política.,
Nomearam novos diretores ligados à CBTU e ao poder político do Estado do Rio de Janeiro, notoriamente ao governador afastado por suspeita de corromper o dinheiro destinado à amenizar o sofrimento das vítimas da pandemia no RJ. Do mesmo grupo que ocupou a REFER, está sendo investigada a participação da Patrocinadora CBTU, capitaneada por um deputado federal ligado ao chamado Centrão, tudo aos olhos da PREVIC, órgão regulador e fiscalizador dos Fundos de Pensão que permanece ignorando os fatos.
É de se destacar a atuação do Conselho Fiscal da REFER, que através de intervenções corajosas e tempestivas, tem questionado ao Conselho Deliberativo, e a atual diretoria da Fundação sobre atos, fatos e contratos assinados recentemente, principalmente no segmento jurídico, bem como apontando a necessidade da demissão do gerente jurídico, trazido e empossado com a atual diretoria, e que responde a processos que envolvem a REFER, após a conclusão do inquérito instaurado pela Delegacia de Crimes pela Internet, na apuração dos zaps apócrifos e caluniosos atingindo a honra diretoria afastada.
Assim, esperamos que em 2021, não assistamos o início do fim do que restou do segmento social dos ferroviários: a Fundação REFER.
Resta, apenas, à categoria esperar por uma esperança de melhores dias…
Prof. Abelha.
Sua análise é a fiel demonstração da realidade que por ora assusta todos os ferroviarios.
Basta a simples aplicação das recomendações do Grupo instituído pela REFER para a revisão da Tabela Salarial, que pode ser aceita, sem dúvidas nenhuma, pelo Ministério do Planejamento, para amenizar a situação salarial de todos os ferroviarios da RFFSA que, mesmo sabendo das privatizações, continuaram em seus postos de trabalho para a continuidade dos transportes, incentivando a iniciativa privada a assumir as ferrovias da RFFSA.
ESTÁ MAIS QUE DEMONSTRADO A NECESSIDADE DE APLICAÇÃO DA CITADA TABELA SALARIAL
Quanto à REFER por que a demora em corrigir a anomalia da substituição de uma DIRETORIA HONESTA, DEDICADA, TRABALHADORA E COMPETENTE,
por outros nomes que não passaram pelo crivo de uma seleção de Recursos Humanos.
O Presidente da República desconhece tais fatos, escondidos por seus subordinados?
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Infelizmente ter esperança nesse governo com Paulo Guedes na economia e a nossa atual representatividade no congresso Nacional, é quase impossível sonhar em melhoras.
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Parabéns Dr Abelha pelo texto que descreve toda a agonia que a classe ferroviária vem sofrendo ao longo dos últimos anos. Apelamos aos órgãos do Governo Federal insensíveis com o ferroviário que mudem o tratamento com essa categoria tão sofrida e fez tanto pela sociedade Brasileira.
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Se a RFFSA foi extinta e os empregados passaram para o quadro da Valec, como pode uma empresa pública dar tratamento, com tabelas distintas, aos seus funcionários?
Isso viola a Constituição?
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Caro Amigo Abelha,
As colocações sobre os diversos problemas e injustiças que vem sendo impostos aos ferroviarios da extinta RFFSA, nos últimos tempos, estão muito bem elaboradas e dissertados, como de costume, em seus trabalhos e abordagens..
Vão repercutir muito bem na categoria, numa forma de desabafo por tantas apunhaladas que sangram a alma de cada um de nós.
Sobre o ponto de vista de objetividade junto as autoridades, sugiro que cada tema abordado, seja objeto de uma crônica específica e detalhada com a mesma classe e relevância deste texto publicado
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PREZADO AMIGO PROFESSOR ABELHA,
GOSTARIA DE PARABENIZAR A LUCIDEZ DO SEU TEXTO, BUSCANDO LEVAR, COMO SEMPRE FEZ EM SUA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL, A SINCERIDADE E VERACIDADE DOS ACONTECIMENTOS NO NOSSO MEIO FERROVIÁRIO. TEMOS PLENA CONVICÇÃO DO DESEMPENHO E APROVAÇÃO DA ÚLTIMA DIRETORIA DA REFER, COMPOSTA POR PESSOAS DA ESTATURA E DIGNIDADE DE MANOEL GERALDO COSTA, CARLOS ALBERTO PINTO DA SILVA E FERNANDO ABELHA SALES. UMA ADMINISTRAÇÃO QUE FOI PERFEITAMENTE DEMONSTRADA NOS RESULTADOS OBTIDOS PELA REFER NO ANO DE 2019. QUERO RESSALTAR QUE NÃO SE PERMITIA QUE HOUVESSE QUALQUER ATO IRREGULAR NA SUA GESTÃO. A REFER ERA COMPOSTA DE PROFISSIONAIS BEM PREPARADOS E TREINADOS QUE REALIZAVAM COM MUITO ESMERO SUAS FUNÇÕES. TODA REUNIÃO DE DIRETORIA ERA REGISTRADA EM ATA E ENCAMINHADA AOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS CODEL E COFIS, ALÉM DA PREVIC, NO DIA SEGUINTE À REUNIÃO. JAMAIS ACONTECEU NO PERÍODO DESSA GESTÃO UM ÚNICO COMENTÁRIO OU DOCUMENTO DA PREVIC POR QUALQUER ATO IRREGULAR COMETIDO PELA ADMINISTRAÇÃO. FOMOS ATINGIDOS A PARTIR DE SETEMBRO DE 2019 POR UMA VERDADEIRA ENXURRADA DE INFÂMIAS ATINGINDO ALGUNS CONSELHEIROS E DIRETORES, PESSOAS DE BEM, ATRAVÉS DE MSGS POR ZAPS APÓCRIFOS, DISTRIBUÍDOS PARA LIDERANÇAS DO MEIO FERROVIÁRIO. ACERTADAMENTE A PRESIDENTE DO CODEL E O PRESIDENTE DA REFER, DECIDIRAM FAZER UMA QUEIXA-CRIME NA DELEGACIA ESPECIALIZADA EM CRIMES DA INTERNET (DRCI), A QUAL APUROU A AUTORIA DE TAIS CRIMES, POIS ERAM UTILIZADOS CELULARES E CHIPS ROUBADOS OU DE PESSOAS MORTAS. AGORA SE AGUARDA AS PROVIDÊNCIAS, CONFORME SEU LÚCIDO TEXTO PUBLICADO ACIMA. NÃO TENHO DÚVIDAS QUE ÓRGÃOS FISCALIZADORES DO PORTE DA PREVIC DEIXARÁ QUE TAIS FATOS PERMANEÇAM SEM AS PROVIDÊNCIAS DO ÓRGÃO MÁXIMO DA FUNDAÇÃO QUE É SEU CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (CODEL). PELO VISTO O CONSELHO FISCAL VEM EXERCENDO SUAS FUNÇÕES DE ÓRGÃO ESTATUTÁRIO RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO DOS ATOS PRATICADOS PELA DIREÇÃO, APRESENTANDO AO CODEL PARA AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS SEUS RELATÓRIOS, QUE PORÉM, NÃO SABEMOS POR QUE RAZÕES O CODEL VEM SE OMITINDO EM TOMAR TAIS DECISÕES, MAS COM CERTEZA O COFIS E A PREVIC SABERÃO AGIR PARA QUE SE NORMALIZE A GESTÃO TÃO CONTURBADA NA REFER. ESPERO QUE NO ANO DE 2021 POSSAMOS RECONDUZIR A REFER PARA SUA NORMALIDADE, POIS COM A ENTRADA DOS RECURSOS REFERENTES À DÍVIDA DA CBTU, NÃO PODERÁ A REFER TER UMA GESTÃO TÃO INDIGNA DA SUA REPRESENTATIVIDADE, POIS HOJE AINDA TEMOS QUASE 30.000 PARTICIPANTES QUE NO FUTURO PRECISARÃO MUITO DE SEU BENEFÍCIO SUPLENENTAR DA REFER, QUE TANTA DIGNIDADE TRÁS PARA APOSENTADOS E PENSIONISTAS, QUE POR MUITOS ANOS CONTRIBUÍRAM PARA CONQUISTAREM SUA TÃO ALMEHADA APOSENTADORIA. UM FORTE ABRAÇO DO AMIGO, QUE DESEJA-LHE MUITA SAÚDE.
ALMIR GASPAR
PRESIDENTE DA AEEFL
EX-DIRETOR DE SEGURIDADE DA REFER (1995/2003)
EX-CHEFE DE GABINETE E ASSESSOR DA PRESIDÊNCIA DA REFER (2014/ABRIL DE 2020).
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APOSENTADOS E PENSIONISTAS BRASILEIROS, EM CUMPRIMENTO O QUE DETERMINA ,A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 5,2 % APARTÍR DE 1 DE JANEIRO, FERROVIÁRIOS APOSENTADOS ESTRANGEIROS DO BRASIL…… NADA.
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