Por Fernando Abelha
No que pese todos os covardes transtornos por que vive a categoria dos ferroviários, com seus salários aviltados a cada ano, com registro de perdas acumuladas que ultrapassam aos 50%, com milhares de aposentados e pensionistas tentando sobreviver com recursos equivalentes ao salário mínimo nacional, temos de continuar a luta e enfrentar os problemas para que se encontre soluções em defesa dos justos direitos da categoria.
Os desmandos são históricos, perdemos a RFFSA através de concessões precipitadas e não muito republicanas. Pela incompetência, desmandos e desonestidade, ocorridos de 2003 a 2008, o grupo político que assumiu o PLANSFER, conseguiu se apropriar de valores estimados em R$ 100 milhões. O suficiente para acabar com o Plano de Saúde dos Ferroviários, e jogar à própria sorte, cerca de 20 mil e seus dependentes, que eram associados do Plano. Diga-se de passagem: o PLANSFER era de autogestão e sempre autossuficiente, sem depender de recursos do Tesouro Nacional, o mesmo que sempre ocorreu com a Fundação REFER. Mesmo assim, a má gestão e corrupção conseguiu em cinco anos apunhalar á categoria que poucos anos depois teve seu Plano de Saúde aniquilado.
Desastre anunciado. Esse mesmo episódio hoje pode se repetir na Fundação REFER, o pouco que sobrou aos 27 mil ferroviários aposentados e pensionistas, infelizmente número que deixou de amparar a categoria como um todo, por incompetência à época dos responsáveis pelo marketing de convencimento dos empregados da RFFSA.
A REFER está sob uma administração política do governo estadual (RJ), apoiada por parlamentar de Brasília, ao qual se curva a maioria dos membros do Conselho Deliberativo e a diretoria executiva recentemente nomeada, após um golpe rasteiro em seus antecessores. Sabe-se do interesse da CBTU na Fundação, ao saber que será privatizada ou concedida em 2021, assim inicia a interveniência política partidária, do chamado CENTRÃO que, historicamente, exerce sua influência nas decisões da CBTU, ao perpetuar a diretoria através de década. Agora, preste à perdê-la para privatização, as suas garras se voltam para abocanhar a REFER. Pobre dos ferroviários que assistem tantos desmandos, enquanto aguardam as esperadas reações dos seus órgãos de classe, únicos que têm poder representativo, responsabilidade e condições de proteger a categoria através de ações judiciais, políticas ou até mesmo administrativas, como recentemente ocorreu. A historia testemunhará os fatos…
Por tudo isto, e pelo que já foi dito em crônicas anteriores, nos insurgimos através do poema Canção do Tamoio, de Gonçalves dias, que bem retratada o que atinge o ânimo e ego dos bravos ferroviários, hoje massacrados em piedade.
CANÇÃO DO TAMOIO
De: Antônio Gonçalves Dias
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
Ao forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes
Escutam – lhe a voz!
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fagueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D’imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d’ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.
E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.
E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.
#JairMessiasBolsonaro, o descumprimento dos direitos dos aposentados e pensionistas ferroviários, previstos por lei continua, apesar da classe acreditar que algo iria mudar com este novo governo. Temos um número imenso de aposentados e pensionistas vivendo com proventos abaixo do Salário Mínimo, devido à defasagem acumulada em mais de 50% dos nossos proventos.
Imploramos que o #MINFRA atente para o descaso com esta classe que tanto trabalhou para o desenvolvimento do país e que tem os seus direitos legais desrespeitados pelos mandatários deste país!
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Tenho visto sempre que algumas pessoas está sempre falando desse governo como se ele fosse o responsável por toda essa situação que os aposentados e pensionistas da REFESA está vivendo. Até onde sei, esse situação se arrasta a anos. Desde o governo da múmia FHC. Vejo que ao invés de ficar acusado, pq não nos unirmos e ir buscar soluções junto a aqueles que escolhemos como nossos representantes? ( senadores,deputados) . E cobrar mais dos sindicatos . Afinal são eles que representa a classe.
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Concordo plenamente com o comentário da colega Lúcia de Pompéa. Onde estão, principalmente as 2 Federações, para atuar a nosso favor ?
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