Por Fernando Abelha

Segundo informações da Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários – FNTF, os Acordos Coletivos do Trabalho – ACTs, 2018/19 e 2019/20, serão assinados pela FNTF e VALEC – Engenharia, na próxima segunda-feira, 30 de setembro, às 14 horas, em Brasília, na sala do vice-presidente  do Tribunal Superior do Trabalho – TST, bloco A, 1º andar, Sala de Audiências.

Estima-se que o índice para os ACTs, será de 3,54%, aplicados aos dois últimos anos, a ser pago a partir do dia imediato da assinatura, 01/10/2019, sem incidir em pagamentos de atrasados, que seriam devidos desde 1º de maio de 2018, data base da categoria.

A decisão de acatar a proposta da VALEC, foi após alguns sindicatos da base da FNTF que, ainda, representam em torno de 100 ferroviários da extinta RFFSA, em atividade, transferidos que foram por sucessão trabalhista, para VALEC – Engenharia, por terem aceitado a proposta da Empresa, para correção em valor inferior a inflação. de 3,54% para dois ACTs. A decisão foi tomada em Assembleias realizadas em suas sedes. Segundo consta, os trabalhadores que representaram a categoria entenderam que “no difícil momento que a classe trabalhadora do país está vivendo, ainda é esta a melhor opção”. Com esta decisão, cerca de 52 mil ferroviários aposentados e pensionistas, quase totalidade com idade acima dos 70 anos, e salários médios de R$ 1.300,00, terão o mesmo reajuste de 3,54%. Ano passado foram registrados óbitos acima de 3 mil vidas. Portanto, permanecendo este mesmo índice, em pouco tempo, o governo ficará livre deste peso financeiro.

De há muito, a categoria dos ferroviários da extinta RFFSA tem seus salários reajustados abaixo da inflação, o que já representa perdas acima de 50% de seus vencimentos. Basta observar que a inflação de 2018 foi de 1,89% e a VALEC está pagando 80% deste valor, enquanto a de 2019 registrou, em 1º de maio deste ano, 5,07%. A VALEC pagará apenas 40% do índice inflacionário. Certamente, os tecnocratas do atual governo, não muito diferentes dos seus antecessores, quanto ao sentimento  social aos envelhecidos ferroviários, de vez que a categoria não mais possui forças físicas e biológicas, e trens para fazer greves. Portanto, no caso dos ferroviários da extinta RFFSA, o governo contabiliza sua economia a menor, projetada na sua rápida extinção que, após a famigerada reforma trabalhista, não têm mais a quem recorrer…