Alternativas ao carregamento exclusivamente rodoviário, há anos, têm 54% dos contêineres no País fazendo nós outros e os economistas sorrirem de amarelo desanimando sobremaneira os empresários a investir no modo ferroviário, sem graça com previsões furadas, de uma recuperação imediata. Mais do que isto, sentimo-nos descoroçoados, sem que o governo acenda a chama de construções de novas ferrovias e a revitalização de trechos desativados e abandonados por vários anos, criminosamente, frise-se.
Talvez seja meio enfadonho bater-se sempre na mesma tecla, sem um espaço de tempo plausível. Indicações diárias na mídia parecem deixar os empresários com medo, nervosos ou acham que a vontade política é objeto de luxo ou que a retomada efetiva em 2019/2020 está dando chabu, “no tempo e no espaço”(meu jargão).
O volume de contêineres transportado por sobre trilhos, em 2018, foi deveras bisonho, pois cresceu apenas 15%, tendo-se, como fator principal, a falta de um quantitativo de ferrovias, nesta Nação, sem dúvida alguma.
Recorda-se que a paralisação dos caminhoneiros, em maio do ano passado, fez muitas empresas olharem-se alternativas, e o modo ferroviário poderia elevar mais e mais o percentual registrado. O Planalto fala em medidas para animar o mercado, mas, com o início sempre adiado das providências de ações concretas e imediatas, bate certo desespero nos empreendedores, que esperam para amanhã, o limiar de novas construções dos caminhos de ferro. Este nosso Brasil tem um baita território.
Gente deste governo começa a falar em pacotes e medidas para estimular o crescimento, mesmo em liberação, buscando-se algum recurso nas contas do PIS/PASEP. Como ferroviário aposentado (40 anos), sei perfeitamente que as coisas complexas não são executadas da noite pro dia, num piscar de olhos. Não é assim que a banda toca. Todavia, marcha alongada rápida terá que ser expressa, já.
Ferrovias subtendem-se longas distâncias; um quilômetro de construção tem alto custo em milhões reais, mas tudo, neste momento brasileiro, está exigindo pressa, para que possamos obter os resultados positivos nesses quatro anos que o governo Bolsonaro tem pela frente.
O transporte de minério e de grãos responde por 90% da demanda atual das ferrovias (em artigo recente, abordamos números e percentuais): “Turismo ferroviário”, tocantemente à carga, trens de passageiros e de turismo numa coexistência operacional, diria, patriótica.
No modo ferroviário, trens de carga e de passageiros são como “siamesas,” devem estar ligados pelos mesmos vínculos dos modais. Constata-se que o transporte em si é complementado por transportadora, que realiza até 300 quilômetros da malha ferroviária, na operação de carga e descarga, uma constatação.
O Planalto fala em medidas para animar o mercado a atrair investidores, todavia, o início é sempre adiado e as providências imediatas nunca estão nos trilhos da gestão governamental. A demora provoca desalento nos empreendedores, ávidos para dar a saída, dar o “tiro de meta” e começar logo esse jogo, que não terá dois tempos, ou seja, iniciar as obras e só parar quando concluídas.
Evidente que a economia está destroçada, quem sabe, até mais um pouco além do que conhecemos medianamente neste assunto, daí deduzir-se que alguém pode afirmar que os efeitos da incerteza político-econômico-social pairam no ar, sim, porque o detalhe de um ícone não pode prejudicar o conjunto dos demais, em nível, óbvio, de País.
Voltamos a trazer à tona que o modo rodoviário deve ter a prioridade de transporte de cargas até 500 quilômetros, além será longa distância, logo, via de consequência, a prevalência deve ser por sobre trilhos, o desejável, o ideal.
Sem o esforço da busca de uma base parlamentar coesa, é impossível a alegria da aprovação das reformas propostas, com as alternativas que se fizerem necessárias para evitar-se que os trabalhadores sejam prejudicados nos seus direitos.
Aplicando-se o conceito, dizemos nós outros: nem tudo que está traz da aprovação da Nova Previdência, outras reformas, projetos, no cômputo geral em termos de economia, tem igual importância para o País e para os brasileiros, principalmente, os da base social: d, e, f…
Infelizmente, verdade se diga, transporte ferroviário: ainda muito incipiente, por isto batemos na mesma tecla sem intervalos, mais do que compreensível: “Águá mole em pedra dura, tanto bate até que fura,” ou seja, um dia os governantes sentirão o “Estalo do Padre Vieira.”
Perceberão que o Transporte ferroviário ainda muito incipiente.
Genésio Pereira dos Santos/Advogado/Jornalista/Escritor