Por Paulo Leite, ex-diretor financeiro da Fundação REFER

Em artigos recentemente publicados procuramos transmitir a apreensão de trabalhadores ferroviários, sobre a atual situação que estão enfrentando diante da total omissão e porque não dizer, a covarde posição da VALEC que se nega a dar prosseguimento às tratativas acertadas em documentos firmados abordando a recomposição salarial de toda a categoria.

A Comissão Paritária FNTF x VALEC, criada em 2014 com essa finalidade, integrada por representantes da direção da VALEC, demonstrou, após criteriosa análise, um flagrante desequilíbrio salarial dos funcionários da RFFSA diante das taxas de inflação e do próprio mercado nacional.

A passagem dos contratos de trabalho, por sucessão trabalhista, dos empregados da RFFSA para um quadro de funcionários vinculados a VALEC não estabeleceu o congelamento de salários e tão pouco retirou os benefícios conquistados ao longo de muitos anos de trabalho e lutas.

Assim, não parece entender os dirigentes da VALEC, que se escondem em justificativas injustificáveis, ao se negarem a dar prosseguimento naquilo que acordaram livremente.

Para recomposições salariais de seus empregados a VALEC não se omite no cumprimento da ordem e da Lei atendendo seus funcionários quando convocada a firmar anualmente os Acordos Coletivos do Trabalho. Suas Tabelas Salariais são, para os dirigentes, justas e estão de acordo como suas funções. O mesmo tratamento é negado aos ferroviários da RFFSA.

Devido a total omissão da VALEC as Tabelas Salariais dos Trabalhadores do sistema RFFSA estão comprovadamente defasadas chegando os salários a serem em média 50% menores. A Comissão Paritária cujo resultado foi aprovado pelos dirigentes da VALEC reconheceu tal situação.

Acrescente-se que o reconhecimento da inflação até hoje negada, refletem salários de maio de 2017, uma vez que o Dissidio Coletivo (maio/2018) instaurado junto ao TST permanece sem julgamento.

Pelas informações que se conhece, as entidades associativas e sindicais, que zelam pelos interesses dos trabalhadores ferroviários, vêm se desdobrando em esforços para sensibilizar não só a VALEC como também se fazem representar junto aos órgãos do Ministério do Trabalho apresentando a documentação estabelecida para a celebração de Acordos Salariais

Diante de todo este cenário que caminho seguir? O povo brasileiro de maneira livre e soberana em eleições livres decidiu pela alternância no Poder Constituído na esperança de se concretizar novos rumos para sus vidas.

A renovação significativa nos comandos do governo federal e dos legisladores trazem novas perspectivas para que posições como a dos atuais dirigentes da VALEC sejam revistas, com cumprimento das Leis e da palavra empenhada.

Neste sentido é que tomamos a liberdade de lembrar a você ferroviário nossa luta para a obtenção da denominada LEI DA COMPLEMENTAÇÃO quando foram mobilizadas forças políticas em todos os Estados do Brasil para que o Governo Federal reconhecesse os direitos obtidos por força de nosso trabalho.

Esta nova mobilização certamente fará chegar aos poderes constituídos maiores e melhores informações sobre nossas justas reivindicações.

Procure em seu Estado, em sua cidade e até no bairro em que reside, o seu representante a quem confiou seu voto nas últimas eleições, para sensibilizá-lo no sentido de gestões junto as entidades governamentais visando corrigir tamanha injustiça configurada no total descaso para com a categoria de trabalhadores ferroviários.

Seria essa a nossa sugestão a você Ferroviário, o que sem dúvida reforçará as tratativas incansavelmente levadas a termo por nossas Associações, Sindicatos e sua Federação – FNTF

Paulo Leite

Economista/Administrador

Ex-Diretor Administrativo e Financeiro da REFER