Pesquisa e edição por Fernando Abelha
A Medida Provisória (MP) 845/18 que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Ferroviário (FNDF) foi aprovada em meados de novembro, pela comissão mista que analisava o tema. O texto segue agora para votação no plenário da Câmara dos Deputados.
Segundo o governo, o fundo viabilizará investimentos imprescindíveis no setor, principalmente no Norte do Brasil, reduzindo os custos de transportes, da emissão de poluentes e do número de acidentes em rodovias.
O objetivo do fundo, cuja previsão de funcionamento é de cinco anos, é ampliar a capacidade logística do Sistema Ferroviário Nacional. Entre as fontes previstas para o FNDF estão recursos do Orçamento da União, doações, além de arrecadações com a outorga de concessões de trechos de ferrovias.
A comissão aprovou o texto substitutivo do relato, deputado Lúcio Vale (PR-PA), com alterações na proposta original elaborada pelo Poder Executivo. A principal alteração foi a ampliação das fontes de financiamento do fundo.
Uma dessas fontes é a subconcessão do trecho da Ferrovia Norte-Sul, entre Porto Nacional (TO) e Estrela d’Oeste (SP), incluindo o ágio. A publicação do edital de venda do trecho já foi liberada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Com a alteração, o fundo também passa a contar, entre as fontes de financiamento, com recursos oriundos de multas decorrentes de contratos de concessão ou de arrendamento de ferrovias; dos direitos de outorga das atuais concessões e subconcessões ferroviárias, com parcelas que venham a vencer a partir de janeiro de 2022; de valores oriundos dos direitos de outorga de prorrogações antecipadas ou de relicitações das atuais concessões e subconcessões ferroviárias; e, de valores oriundos dos direitos de outorga e seus respectivos ágios de novas concessões e subconcessões ferroviárias.
De acordo com o texto aprovado, os recursos serão aplicados no subsistema ferroviário federal, respeitados os planos de desenvolvimento logístico dos estados e também na ligação do Complexo Portuário de Vila do Conde (PA) à Ferrovia Norte-Sul. Os investimentos deverão ser aplicados inicialmente no município paraense de Barcarena para garantir a ligação ao Complexo de Vila do Conde.
Na sequência, os recursos deverão ser aplicados na conclusão dos projetos técnicos da Ferrovia Litorânea, ligando os municípios de Imbituba e Araquari, em Santa Catarina, e da Ferrovia Leste-Oeste, no trecho entre Itajaí e São Miguel Do Oeste, no mesmo estado.
Também estão previstos recursos para a implantação da EF-118, interligando os municípios de Nova Iguaçu e Queimados no Rio de Janeiro, na Malha Sudeste, concessionada à MRS Logística S.A, ligando os municípios de Cariacica e Vitória, no Espírito Santo.
Além de obras em trechos de ferrovias nos estados de Goiás, Mato Grosso e Rondônia; implantação do Contorno Ferroviário – Ferroanel Norte de São Paulo, do anel ferroviário da Região Metropolitana de Belo Horizonte; na ligação ferroviária entre os municípios de Barcarena e Santana do Araguaia, ambos no Pará; no trecho da Ferroeste que liga os municípios de Maracaju (MS), Cascavel, Guarapuava e Paranaguá, no Paraná, e ampliação ou expansão da Estrada de Ferro Vitória-Minas, concessionada à Vale.
Fonte: Revista Ferroviária, EBC
MP do Fundo Ferroviário não é votada na Câmara e perderá validade
Publicado em 28/11/2018 – 20:35 Por Heloisa Cristaldo – Repórter da Agência Brasil Brasília
Após obstrução de partidos, o plenário da Câmara encerrou as atividades de hoje (28) sem apreciar a Medida Provisória 845/18, que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Ferroviário (FNDF). A MP, que perde a vigência hoje, ainda precisava ser analisada pelo Senado para que continuasse em vigor.
Segundo o governo, o fundo possibilitaria investimentos no setor, principalmente no Norte do país, ao reduzir custos de transportes, da emissão de poluentes e do número de acidentes em rodovias. No entanto, a proposta enfrentou resistência na Câmara. Semana passada, o plenário rejeitou o projeto de lei de conversão da MP, que propunha a aplicação dos recursos exclusivamente nessa finalidade.
Com a tentativa fracassada em votar a MP, o líder do governo, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que é preciso dialogar para que a pauta do plenário seja construída após consenso entre os líderes partidários.
“Nos cabe enquanto governo, ter a sensibilidade unida à responsabilidade de aqui nessa Casa debatermos e construirmos uma pauta de votação que, antes de tudo, possa respeitar o nosso país”, disse. “Tem matérias importantes que o governo atual não vai usar da irresponsabilidade, de aqui ajudar a se aprovar matérias que possam impactar o novo governo, que cabe também a responsabilidade da transição. Não vamos aqui fazer proselitismo político”, completou Ribeiro.
Fundo
A MP chegou a ser aprovada há duas semanas na comissão mista que analisava o tema. O objetivo do fundo, cuja previsão de funcionamento era de cinco anos, era ampliar a capacidade logística do Sistema Ferroviário Nacional. Entre as fontes previstas para o FNDF estavam recursos do Orçamento da União, doações, além de arrecadações com a outorga de concessões de trechos de ferrovias.
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Espero que as concessionárias, denunciadas e processadas pelo abandono de trechos, prédios e oficinas, não sejam “agraciadas” pelo FNDF ou que sejam obrigadas a reconstruir o que foi invadido e destruído. A FCA, controlada pela Vale, abandonou as linhas que restaram da antiga EFL, permitindo, dessa forma, a sua quase destruição. Deve pagar muito caro por isto!
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