Por Fernando João Abelha

Com o fim do recesso do Poder Judiciário abre-se a perspectiva de que a Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários – FNTF e seus sindicatos da base, ingressem na Justiça do Trabalho a fim de que a VALEC – Engenharia se digne a cumprir o que dispõe a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, quanto a necessidade de serem abertos os debates para análise dos Acordos Coletivos do Trabalho – ACT entre os trabalhadores e empresa para aplicação da correção dos vencimentos, no mínimo de acordo com a inflação reconhecida pelas áreas econômicas do Poder Executivo.

Por mais absurdo que possa parecer o que estamos presenciando a VALEC se nega, unilateralmente, a sentar-se com os sindicatos da base da FNTF para examinar o ACT. Irresponsavelmente, ou por incompetência dos seus gestores de recursos humanos ou, simplesmente, para prejudicar os ferroviários da extinta RFFSA para ela transferidos por sucessão trabalhista, limitou-se a informar através de correspondência que não daria qualquer reajuste aos ferroviários da extinta RFFSA. “Reajuste Zero”.

No entanto, pelo que apuramos, para ela própria e para os empregados do GEIPOT, também transferidos para VALEC por sucessão trabalhista, os reajustes aconteceram em valores superiores à inflação reconhecida pelo governo.

Como se não bastasse a VALEC,  estatal que ainda não disse para o que foi criada, de vez que as suas obras estão há décadas paralisadas, enquanto o Brasil espera partiu, agora, para dilapidar, também, os salários dos ferroviários da RFFSA para ela transferidos, ao executar ao arrepio da lei, significativos cortes nos vencimentos daqueles que se encontram, ainda, em atividade o que, certamente, irá justificar dezenas de ações na já sobrecarregada Justiça do Trabalho. A insensatez é predominante na área de recursos humanos da VALEC.

No momento em que sua excelência, o Presidente da República, a todo momento afirma ser necessário Colocar o Brasil nos Trilhos este blog lembra ao Presidente da VALEC e ao Ministro dos Transportes que os ferroviários estão descarrilados e abandonados à beira via permanente. Pergunta-se: por que tanto ódio contra esta classe obreira dos ferroviários da RFFSA, que hoje está submetida a salários aviltantes, a cada ano reduzidos, se comparados à inflação reconhecida pelo governo.