Por Jorge Moura, ex-diretor da RFFSA e do SESEF
Tem sido constante o Presidente Michel Temer, desde que assumiu a Presidência da República, marcar o futuro do seu governo com a expressão muito apropriada “vamos colocar o Brasil nos trilhos” até porque, a herança deixada pelo “sindicalismo de negócios” foi predatória o que ocasionou resultados danosos à economia brasileira, como se verifica hoje. A tão decantada Nova Matriz Econômica preconizada pelo governo da sua antecessora, desembocou em 12 milhões de desempregados, além da total ausência de confiança da sociedade brasileira como um todo.
A infraestrutura de transportes brasileira ficou completamente estagnada o que levou a ferrovia, como modal estruturante, a sentir enormemente este estado de coisas. Caberá, numa outra oportunidade uma profunda reflexão à respeito do descaso das elites do nosso país para com o transporte sobre trilhos, seja de cargas ou de passageiros. Trens, metrôs e VLTs. Como se não bastasse, após a concessão da malha da RFFSA à iniciativa privada, com total abandono de milhares de vagões, 1880 locomotivas e material importado para a pretensa eletrificação da Ferrovia do Aço, até hoje tudo encaixotado nos galpões da extinta RFFSA em Cruzeiro e 20 mil quilômetros de linhas, dos 27 mil concedidos por todo o território nacional, os 70 mil trabalhadores ferroviários se veem, agora, a mercê do desamparo no que diz respeito à proteção da sua saúde, de vez que, no período de junho de 2003 a novembro de 2008 o “aparelho eleitoral” aniquilou uma reserva técnica de R$ 55 milhões que se encontrava nos cofres do Serviço Social das Estradas de Ferro – SESEF, bem como deixaram uma dívida de R$ 45 milhões com a rede assistencial de saúde, totalizando um rombo de R$ 100 bilhões.

A análise é perfeito, gostaria apenas de complementa-la no sentido de, direcionar os recursos decorrentes desta nova concessão sejam direcionados para cobrir os débitos existentes, assim como, inserindo uma cláusula (seguro obrigatório) para ressarcir descumprimentos contratuais. Assim como, criar um órgão fiscalizador, compostos por ferroviários a serem eleitos por nossas associações .
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