Recebemos do ferroviário Sergio Feijão Filho a seguinte matéria a título de colaboração

Por Sergio Feijão Filho

Sou membro do Conselho de Administração da CEAGESP e, como ferroviário (tendo pertencido à FEPASA e a RFFSA), estou envolvido com a reativação das Estradas de Ferro, mais com o propósito da integração regional.

Atualmente, apoio a reativação total do extenso Ramal de Jahú, que pertenceu à COMPANHIA PAULISTA, unindo, em 506 quilômetros em bitola larga e com excelente traçado, Itirapina a Panorama. O trecho de Bauru a Panorama, sob a responsabilidade da Rumo, se encontra abandonado, mas com inequívoca demanda para a sua restauração.

Acontece que Araçatuba, com o seu grande potencial regional e estratégica localização, encontra-se servida pela linha da antiga NOROESTE, a qual vem fenecendo rapidamente, quer por descasos da antiga ALL que a sucateou, quer pelas incríveis limitações da bitola métrica e seu estrangulamento por gargalos existentes na SOROCABANA, o que a distância muito do Porto de Santos.

Ao participar da Audiência da ANTT do último dia 24, defendi a restauração do tronco de bitola larga da antiga PAULISTA, na Alta Paulista e reavivei uma antiga aspiração de ver discutida a linha de bitola larga entre Fernandópolis e/ou Estrela d’Oeste e Osvaldo Cruz, passando, obviamente, por Araçatuba, visando integrar o magnífico potencial de seu Município, a Norte-Sul e, de Osvaldo Cruz, descer a Presidente Prudente, o qual deste ponto em diante, aproveitaria o moderno e esquecido traçado da SOROCABANA na linha do Ramal de Dourados, em demanda a Porto Primavera.

A proposta da VALEC contraria a lógica e privilegia obras onerosíssimas, nas travessias dos grandes lagos, formados pelas hidrelétricas. Em minha sugestão teríamos uma travessia não muito custosa do Rio Tietê e a perspectiva de se chegar a Três Lagoas se faria mediante o aproveitamento da linha da PAULISTA, de Osvaldo Cruz a Panorama, com excelente e moderno traçado, também abandonado, e, de Panorama, se teria a travessia do lago formado pelo Paraná, se servindo, neste entremeio, das ilhas formadas, neste colossal espelho d’água, em demanda do solo sul-mato-grossense.

Como se vê, o Brasil despreza muito as soluções mais simples, em proveito de obras gigantescas e custosas, além de desprezar infraestrutura de qualidade existente, por alguns considerada obsoleta, porque executada a décadas atrás, mas perfeitas em suas soluções e oportunidades.

O objetivo deste contato, como acima descrito, será criar uma caixa de diálogo com a sua importante Municipalidade, para que, junto a ANTT e o Ministério dos Transportes, e em prol de uma logística sóbria e com os pés no chão, possamos baratear propostas e privilegiar os reais centros de interesse no Estado de São Paulo, que neste caso seria Araçatuba e a Zona da Alta Paulista e as suas Cidades, como Osvaldo Cruz, Tupã e Panorama, dentre outras.

Sergio Feijão Filho