Comentários de Fernando Abelha
A permanente falta de planejamento e estudos técnicos apropriados na aquisição de novas composições para o transporte de massa em todo país, tem sido uma constante. No Rio de Janeiro os trens adquiridos há cerca de quatro anos para as linhas um e dois do Metrô carioca somente foram colocados em tráfego após obras civis nas plataformas, pelo fato das composições não atenderem as especificações técnicas.
Da mesma forma, composições coreanas foram adquiridas para os subúrbios do RJ, não resistiram a demanda, ocasionando quebras continuadas na caixa de tração. Em são Paulo trens do Metro de e da CPTM aguardam nos pátios oportunidade de entrar em tráfego. Como se não bastasse o mesmo está ocorrendo em Porto Alegre.
Assim, a Trensurb deve apresentar novos trens apenas em 2017. Atualmente, apenas cinco dos quinze novos trens estão circulando entre o Vale do Sinos e Porto Alegre. De acordo com a empresa, em abril deste ano, a frota nova, que somou investimentos de R$ 243,7 milhões em quinze composições, foi retirada de circulação depois de um ano e dois meses de funcionamento devido a problemas nos rolamentos, o que ocasionou infiltração de água nos carros, impossibilitando-os de funcionarem de maneira correta.
Em maio, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito para apurar o caso e, desde então, vem acompanhando a situação. O procurador da República em Novo Hamburgo Celso Tres é o autor da ação e afirma que a Trensurb já apresentou justificativas para o problema, inclusive aplicando multa para os fornecedores.
Conforme a assessoria da Trensurb, o Consórcio FrotaPoa, formado pelas multinacionais Alstom e CAF, já foi penalizado em mais de R$ 4,5 milhões pelos problemas detectados. A Trensurb explica também que como ainda há um saldo contratual de cerca de R$ 15 milhões, os valores de multas serão descontados dos pagamentos do consórcio, que foram suspensos após a detecção dos problemas.
Além da multa inicial estabelecida em 1% do valor total do contrato, que é de R$ 243,7 milhões, a Trensurb deve ser compensada por perdas e danos pela não circulação dos novos trens.
Fonte: Correio do Povo

Prezado amigo Abelha. Assim como na política os Partidos não selecionam os nomes certos para concorrerem a cargos eletivos, sua narrativa mostra que não é a área técnica das empresas que especifica o material rodante. Verdadeiros absurdos aceitos pela população brasileira que desconhece a força que tem. Essa situação não pode ser exemplo para essa nova rapaziada que começa a trabalhar, a estudar. Que tenha um fim rápido essas situações escabrosas que estamos vivendo nos últimos anos, que persiste pelos dias atuais. Abraços. 17:30 h
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Carissimo engenheiro e amigo Jorge Luiz.
De fato os técnicos ferroviários não são os responsáveis por tantos desmandos. As negociações de compras do material rodante se fazem nos gabinetes fechados… As concorrências e tomadas de preços despresam a indústria nacional com argumentos nem sempre convincentes para comprar na China, Coreia e outros países. O resultado é este que vemos. Haja paciência do
nosso povo
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