Comentários de Fernando Abelha

Até quando a sandice das nossas autoridades e de alguns segmentos do Ministério dos Transportes fará com que fiquemos de braços cruzados perante tanta insensatez e descompromisso contratual das empresas que herdaram as concessões das nossas ferrovias.

O que a matéria abaixo registra, como verdadeiro descalabro no Rio Grande do Sul, se repete por todo o território nacional por onde corriam as linhas da RFFSA hoje reduzidas a cerca de 10 mil quilômetros em operação, dos 26 mil açambarcados pelas concessionárias. A nação brasileira quer um basta a esta ignomínia que vem atingindo um dos maiores patrimônios da Nação, construído através de mais de um século de trabalho, suor e lágrimas de abnegados ferroviários, hoje abandonados no fim da linha.

A memória fraca é um dos piores males dos nossos governantes. Senhor Ministro Maurício Quintela, digno e respeitado nome da política nacional, é necessário um basta imediato a esta aventura que tanto prejudica a Nação brasileira. Este blog com mais de 130 mil visualizações está à disposição do DENIT e da ANTT para esclarecerem estes descalabros aos nossos leitores, a maioria formada por dignos trabalhadores ferroviários. O que está sendo feito para evitar tanta destruição?

Rumo não demonstra interesse na malha ferroviária em Alegrete e abandona carregamento de arroz

Colaboração do ferroviário e jornalista Luiz Carlos Vaz, do RS

16 de outubro de 2016

Há tempos os vagões silenciaram em Alegrete. O carregamento de vagões nas principais empresas de arroz parou. O abandono é realidade, basta olhar os trilhos no perímetro urbano.

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Por aqui, apenas composições com containers cruzam o município paulatinamente nos últimos anos.

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A concessionária reitera que vem negociando com o governo, por meio da Agência Reguladora, um pacote de investimentos para a ferrovia com direcionamento à segurança, aumento da eficiência operacional, de capacidade e volume.

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O problema é que em Alegrete, as duas maiores empresas do segmento de arroz beneficiado foram afetadas pelo desinteresse da empresa em continuar o carregamento de arroz em vagões.

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Para o Grupo Pilecco Nobre, o serviço deixou de ser prestado e obrigou a empresa em apostar no carregamento rodoviário, o que de certa forma encarece o serviço.

Já a Cooperativa Agroindustrial Alegrete Ltda não usa o serviço desde o início do ano. A empresa optou pelo carregamento em carretas.

O problema acarretou uma série de mudanças na logística, já que o arroz daqui abastece grandes centros do País. Mas os empresários garantem que o produto não vai faltar na mesa do consumidor.

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Em nota, a empresa Rumo diz que segue trabalhando com foco em construir um caminho sustentável para a ferrovia. Como prova, vem se reunindo frequentemente com os interessados na melhoria logística do Rio Grande do Sul, para que de forma conjunta, sejam estabelecidas medidas necessárias para a elaboração de um estudo com o objetivo de identificar e adequar todas as ações em busca de aprimorar a prestação do serviço de transporte ferroviário de cargas.

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Em Alegrete, o escritório e a casa dos funcionários estão fechadas. Aproximadamente 9 colaboradores realizam o serviço na malha do perímetro urbano.

Alguns locais oferecem riscos de trafegabilidade, tal o estado dos trilhos. Muitos locais com acúmulo de água revelam que a concessionária desinteressou pelo local.

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Mato, sujeira espalhados ao longo dos trilhos, vagões desativados na gare contrastam com uma pequena obra, que segundo funcionários será colocado um vagão-container para servir de alojamento.

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Esporadicamente cruza uma composição com os novos vagões containers em Alegrete, utilizados na nova fase da Rumo após assumir a ALL, deixando um futuro incerto em relação a continuidade do escoamento da safra das duas maiores empresas de arroz.

Fonte: Portal Alegrete Tudo (RS)