Por Fernando Abelha
Parte da frota da Supervia não possui o sistema conhecido como parada automática de trens (automatic train stop – ATS), o que gera atrasos e insegurança nas viagens. O Governo do Estado do Rio adquiriu 70 trens novos, sendo que os 10 últimos entregues, ficaram parados cerca de três meses no pátio para ser submetido a testes. As novas composições possuem ar condicionado, mas também estão sem o sistema automático de freio. A falta de planejamento leva sempre a vultosos prejuízos ao erário público, sem que se apurem os responsáveis. Este quadro se repete em quase todas as ferrovias concedidas à iniciativa privada
Mas enquanto o passageiro viaja em composições velhas, da década de 50, os 10 trens novinhos, recentemente comprados, ficaram parados nas oficinas da Supervia. O problema começou há quatro anos, quando o governo do Estado foi até a China para comprar novos trens.
A fábrica, em Chang Chung, que venceu a licitação, entregou os 70 trens sem um item que faria toda a diferença no dia a dia dos passageiros: O sistema automático de freios. Mas o erro não foi dos chineses, e sim de planejamento da Supervia. O escopo da licitação não previu a instalação deste equipamento.
Os primeiros 60 trens vieram para o Rio e começaram a rodar assim mesmo. O ATS é um sistema de sinalização que funciona por meio de sensores instalados na cabine do maquinista e nos trilhos. O equipamento envia dados ao centro de controle da Supervia. Ele aumenta a segurança e deixa os intervalos mais precisos entre um trem e outro. O sistema instalado nos 225 quilômetros de trilhos, só funciona se tiver comunicação com o trem. Em janeiro do ano passado, um grave acidente entre duas composições deixou 220 pessoas feridas, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Especialistas afirmam que o sistema automático de freio poderia ter evitado a batida.
