Cometários de Fernando Abelha

Há mais de uma década os governadores do Estado do Rio de Janeiro vêm prometendo transformar o antigo leito da Estrada de Ferro Leopoldina, em um metrô de superfície. A medida seria para atende a grande demanda de pessoas que se destinam de Itaboraí para Niterói e vice versa.

As promessas eleitoreiras são constantes, mas a realidade é outra. Certamente, a grande influência das empresas de ônibus que abarrotam as rodovias causando congestionamentos e acidentes têm um lobby bem mais forte que a vontade dos governadores. Até quando?

Pezão diz que estado não tem recursos para fazer Linha 3 do Metrô

Uma comissão mista, formada por vereadores e representantes de entidades representativas de São Gonçalo foi formada para exigir o início das obras da Linha 3 do metrô.

As obras da Linha 3 deveriam ter começado no início deste ano mas não saíram do papel. A Secretaria Estadual de Obras e a Secretaria Estadual de Transportes não têm respondido às perguntas dos vereadores e prefeitos de Niterói e São Gonçalo.

O primeiro lote da Linha 3 foi orçado em R$ 1,7 bilhão e as obras deveriam ter começado em Janeiro de 2013. Este lote ligaria a Estação Praça Araribóia à Estação Guaxindiba, ligando Niterói a São Gonçalo.

Obra ligaria Niterói e São Gonçalo e beneficiaria 250 mil pessoas. Expansão da Linha 2 em parceria com a iniciativa privada é mais provável.

O governador Luiz Fernando Pezão quando em exercício afirmou que o Estado do Rio de Janeiro não possui recursos para a construção da Linha Três do Metrô que, em um primeiro momento, ligaria as cidades de Niterói e São Gonçalo. Por sua vez, o jornal televisivo RJTV mostrou que a falta de recursos também atinge as obras de extensão da Linha quatro, que levaria o Metrô até o Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste.

O projeto da Linha 3 poderia beneficiar 250 mil pessoas por dia, mas ficou fora do novo pacote de investimentos do governo federal.

Durante a viagem inaugural do primeiro dos 15 novos trens, que farão parte da Linha quatro do metrô, o governador afirmou que as obras da linha 3 só podem ser realizadas com financiamento federal.

“Nós só temos condições de fazer a Linha 3 se tiver financiamento do Governo Federal. O Governo Federal colocou R$ 1,5 bilhão nessa linha, só que atualmente estes recursos não estão disponíveis. Eu quero muito fazer o metrô. Eu sei que se nós vamos colocarmos o BRT lá, mas em dois ou três anos, vai estar saturado. Se tiver dinheiro, eu quero fazer o metrô”, disse Pezão.

A Linha 3 do metrô teria 22 quilômetros e foi orçada em R$ 3,9 bilhões. O projeto do BRT na região, que custaria R$ 1,7 bilhão, ou seja, 40% mais barato, está sendo analisado.

As duas linhas do BRT na região totalizariam 46 quilômetros de extensão. A primeira delas seguiria o mesmo percurso da Linha Três do metrô, ligando o centro de Niterói à Guaxindiba, em São Gonçalo. Já a segunda linha do BRT também sairia do centro de Niterói, passaria pela Alameda São Boaventura e pela RJ-104. Em Tribobó, haveria um ponto de integração com a RJ-106, beneficiando os moradores de Maricá. O BRT seguiria pela RJ-104, passando por Alcântara até Manilha, em Itaboraí.

O governo do estado também afirmou que não possui dinheiro para levar os trens até o Recreio dos Bandeirantes. O projeto que tem mais chances de virar realidade é a expansão da Linha 2, ligando Estácio, Carioca e Praça XV, que teria mais facilidade de financiamento da iniciativa privada através de parcerias, como a concessionária do próprio metrô, tem interesse em tocar grande parte da obra por conta do custo-benefício. O trecho é pequeno, com 3,7 quilômetros e mais de 400 mil pessoas poderiam aproveitar o transporte diariamente.

O governador e o então secretário Estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, participaram da viagem inaugural de um dos trens da Linha 4, que vai ligar Ipanema à Barra e deve ser inaugurada daqui a um ano. Por enquanto, a composição nova vai circular pelos trajetos em funcionamento.

Fonte: Jornal O Globo